A FÍSICA COM UM NOVO OLHAR: EXPERIMENTOS DE OSCILAÇÕES E SOM PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Cristiano da Silva Batista /cristianob228@gmail.com /Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Francisco Lucas Santos Oliveira/ Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Veridiano Araújo da Silva / Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Midana Baial Sambú/ Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Cinthia Marques Magalhães Paschoal/ Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Eixo Temático: Processo de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e praticas docentes. Resumo O ensino da Física sofre uma grande defasagem em função de inúmeros fatores (GUIA ESCOLAS, 2018), entre eles estão a falta de professores, escolas sem infraestrutura, o fato de alguns alunos considerarem a disciplina complicada por ser cheia de fórmulas, poucas horas semanais de aula e, principalmente, dificuldades voltadas para que se possibilite a inclusão de alunos com deficiências, pois tem-se o costume de observar salas com alunos tidos pela sociedade como "normais". Assim, o presente artigo tem o intuito de mostrar formas educacionais que possibilitem a modificação dessa realidade encontrada em sala de aula e apresentar resultados da vivência de aplicações de experimentos para alunos com deficiência auditiva e visual. De acordo com a lei número 13.146 de 6 de julho de 2015, capítulo IV, "a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurando um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida". Além disso, a lei diz que "é um dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência" (BUZZÁ et al, 2018). Faz-se necessário procurar um método mais adequado para ensinar a Física, uma metodologia diferente da tradicional, de forma que os alunos possam compreendê-la de maneira mais simples, seja ele deficiente ou não. Um dos métodos alternativos que um professor pode usar é o método experimental, pois existe métodos e materiais que auxiliam o desenvolvimento de todos os alunos de forma integral, para que nenhum fique excluído do processo de ensino-aprendizagem (AZEVEDO et al, 2018). O método experimental consegue abranger todos os alunos, tanto "normais" como deficientes, por exemplo, a pessoa cega pode usar tato para sentir a ocorrência de um determinado fenômeno. Fica claro que há a necessidade de que um professor de física seja apto a conduzir atividades de ensino que incluam tanto as especificidades dos alunos videntes quanto as dos alunos com deficiência visual (BUZZÁ et al, 2018) e auditiva. O papel do professor é fundamental para manutenção do aluno em um determinado curso ou disciplina, porque quando um aluno não consegue assimilar um determinado assunto ou não consegue relacioná-lo com algo do cotidiano, ele fica desmotivado, por isso a importância de uma nova forma de ensino, de novas ferramentas para a abordagem das aulas. Pensando nisso, desenvolveu-se um projeto com ênfase na busca de experimentos com materiais alternativos relacionados a Oscilações e Som, desde o conceito de oscilações à sua aplicabilidade no cotidiano, do modo que pudesse alcançar tanto a compreensão sobre o assunto como a inclusão de alunos com deficiência auditiva e/ou visual. O intuito foi contribuir para o desenvolvimento escolar destas pessoas e oferecer materiais didáticos aos professores nesses conteúdos, de modo a proporcionar o avanço educacional. Para isso, confeccionou-se 5 (cinco) experimentos, dois voltados para o comportamento e formato das ondas, nos quais foram feitas duas maquetes, uma mostrando as características das ondas e a outra uma representação de uma onda se propagando em um lago; os outros três experimentos foram voltados para o som, sendo que o primeiro consistiu na observação das vibrações sonoras em uma superfície plástica (Prato de Chladni), o segundo possibilitava a percepção do som com vibrações no crânio através de um disco de vinil (Disco que Toca no Crânio) e o terceiro foi um telefone feito com copos descartáveis e um fio de barbante. As apresentações ocorreram no seguinte cronograma, começou com os experimentos que abordavam mais a teoria que foram os dois primeiros acima citados, que serviram como um preparatório para que os alunos se sentissem mais à vontade com os apresentadores, e os três restantes foram para mostrar como as ondas se propagam. A atividade foi aplicada na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) situada na cidade de Redenção-CE, com uma aluna surda do 3° ano do Ensino Médio do colégio Dr. Brunilo Jacó, e na Escola de Ensino Fundamental Antônio Barbosa desta mesma cidade com alunos da turma do 5° ano, na qual estava presente uma aluna deficiente visual. A aplicação dos experimentos forneceu uma dinamização entre os participantes e resultados mais que o esperado, pois quando os alunos pegaram nos experimentos e participaram da experimentação, foi visível, a curiosidade e a vontade de participar da aula, de como os mesmos tinham dúvidas sobre os alguns acontecimentos do cotidiano. Experimentos como o do telefone conseguiu chamar atenção e a participação de todos os presentes, pois queriam saber como era possível falar na parte aberta do copo e a outra pessoa na outra extremidade da sala podia escutar colocando o ouvido na parte aberta do outro copo, como também a aluna surda ao conseguir ouvir ruídos através do experimento do disco de vinil se mostrou encantada. Além disso, foi perceptível a reação dos professores presentes ao verem os experimentos e perceberem a possibilidade de trabalhar com instrumentos confeccionados com materiais de fácil acesso que geram uma diferenciação em relação ao método tradicional de ensino. A partir deste trabalho, foi possível a abordagem do conteúdo de Oscilações e Som com o desenvolvimento de ferramentas de ensino usando materiais simples e de baixo custo. A exploração dos conteúdos foi feita de uma forma que tanto os que possuem deficiência visual e/ou auditiva como também os videntes e os ouvintes pudessem aproveitar a exposição e aprender. Com essas metodologias, percebe-se a possibilidade de proporcionar uma diminuição da exclusão escolar e melhorar a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: Inclusão. Oscilações. Som. Referências AZEVEDO, S. S. M; SCHRAMM, D. U. S; SOUZA, M. O. Materiais pedagógicos inclusivos: Trabalhando com maquetes tátil-visuais do modelo geocêntrico e do heliocêntrico. Física na Escola, v. 16, n. 1, 2018. BUZZÁ, H. H et al. Preparação de materiais tátil-visual torna o ensino dos conceitos de óptica acessível para pessoas com deficiência visual - Exposição "luz ao Alcance das Mãos". Física na Escola, v. 16, n. 1, 2018. GUIA ESCOLAS. Problemas de aprendizagem: Estudo revela que alunos acumulam defasagem durante o Ensino Fundamental. Disponível em: < http://www.portalguiaescolas.com.br/acontece-nas-escolas/espaco-educacional/problemas-de-aprendizagem-estudo-revela-que-alunos-acumulam-defasagem-durante-o-ensino-fundamental-por-vagner-apinhanesi/ >. Acesso em: 10 de outubro de 2018.