SANTOS, Lorran Cicero Melo Dos. Perspectivas dos jovens sobre formação e trabalho juvenil. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/51595>. Acesso em: 23/11/2024 11:04
Nas últimas décadas, tem aumentado os estudos a respeito da juventude, pois essa passou a ser compreendida como uma fase em que acontece a maior parte da maturação psíquica do indivíduo, no qual se cria várias expectativas e se experimenta várias aprendizagens. O presente trabalho é fruto de uma experiência vivenciada no âmbito escolar e, que deu origem a uma pesquisa qualitativa, que foi realizada com alunos do 9º ano de uma escola de ensino fundamental II, no município de Brejo Santo, Ceará. Esta pesquisa, por sua vez, teve como objetivo refletir sobre as perspectivas dos jovens em relação à formação escolar e ao trabalho juvenil. Compreendemos a escola como formadora de cidadãos que ocuparão um papel na sociedade, uma vez que esse espaço pode proporcionar à juventude, não somente o desenvolvimento do aspecto cognitivo, mas principalmente, do aspecto sociopolítico, crítico e cultural do indivíduo, preparando-o deste modo para o mercado de trabalho. Sendo assim, tratamos de investigar como a juventude é definida, qual o papel do jovem na sociedade e como o jovem é inserido nela, o que ele pensa sobre a relação: escola e trabalho. Para o embasamento do nosso trabalho, utilizamos de autores que são referências nessa temática, que são: Pais (1990) que desmistifica o conceito de juventude, fala sobre a sua oscilação em tendências e sua dificuldade de estabelecer uma conceituação, mostrando ainda, que a mesma é construída em um caráter social e faz a alusão da existência de culturas juvenis, Doutor (2016) compartilha de pensamentos semelhantes aos de Pais (1990). Tendo também, Bajoit e Franssen (2007) que trazem a discussão de como a realidade social influencia diretamente na relação com o mercado de trabalho e acesso à vida autônoma e como o trabalho é um determinante que traz sentido à vida e pode estar estritamente ligado à realização pessoal dos indivíduos. A metodologia utilizada para esse texto é de cunho qualitativo. Utilizamos de método exploratório e, empregamos como procedimento de coleta das informações, o questionário, para obter a opinião dos discentes. Ao longo do primeiro semestre, realizamos visitas frequentes de reconhecimento da escola e de toda a sua dinâmica de funcionamento, para podermos elaborar melhor as atividades desenvolvidas. Paralelamente, realizamos leituras e fichamentos de autores reconhecidos no campo das políticas públicas, educação e juventude. No segundo semestre, iniciamos as ações, no qual tivemos um maior contato com os educandos que decidimos usar como amostra para a nossa pesquisa, então desenvolvemos alguns diálogos com intuito formativo sobre protagonismo juvenil, para incentivar os discentes à tomada do seu lugar na sociedade, mostrar que eles podem transformar o meio em que vivem, e que nos dias atuais ganham o poder de influir na comunidade, artifício este que outras gerações não tiveram. Logo após as formações, introduzimos o questionário. E assim, buscamos entender as expectativas dos jovens para o futuro, como se vêem daqui alguns anos, como a formação escolar reflete na sua vida, se em seu município está tendo oportunidades para a atuação do jovem no mercado de trabalho e etc. Uma vez que, o trabalho faz parte do processo de maturação do indivíduo e está estritamente ligado ao ganho de autonomia perante a sociedade. Com os dados analisados, concluímos que os estudantes têm noção de que a escola é estritamente ligada a preparação para a vida ativa e para o mercado de trabalho, e que a qualificação é o principal fator que pode assegurar ao jovem, um bom emprego. Muitos disseram, que pelo município de Brejo Santo ainda ser pequeno, e está sob desenvolvimento, não há muitas oportunidades de trabalhos em relação ao tamanho da população de jovens que residem no mesmo. Outros disseram que existem sim oportunidades de empregos, mas que as mesmas exigem qualificações e experiências, características que a maioria não possui. É perceptível, que embora se tenha aumentado políticas públicas concernentes a jovens em relação a entrada no mercado de trabalho, ainda é algo mínimo na cidade, há a necessidade de expansão das mesmas, pois essas têm um papel fundamental na melhoria das oportunidades e das condições de trabalho para a juventude, seja em termos de educação, qualificação, formação profissional e participação no mercado de trabalho e ainda colabora principalmente assegurando os direitos dos jovens. Palavras-chave: Formação escolar, juventude, trabalho. Referências PAIS, José Machado. A construção sociológica da juventude: alguns contributos. Análise Social. Volume XXV(105-106), 1990 (1.°, 2.°), página 139-165, janeiro de 1990. DOUTOR, Catarina. Um olhar sociológico sobre os conceitos de juventude e de práticas culturais: perspectivas e reflexões. Última Década [online], número 45, página 159-174, dezembro de 2016. [Acesso em 29 de julho de 2018] Disponível em: ISSN 0717-4691 BAJOIT, Guy; FRANSSEN, Abraham. O trabalho, busca de sentido. In: FÁVERO, Osmar. et al. (Org.). Juventude e Contemporaneidade. Brasília : UNESCO, MEC, ANPEd, 2007. Pág. 284 (Coleção Educação para Todos; 16).