FINARDI, Bruna. O estudo das metodologias ativas em um grupo de pesquisa. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/51527>. Acesso em: 19/11/2024 14:02
O ESTUDO DAS METODOLOGIAS ATIVAS EM UM GRUPO DE PESQUISA Bruna Finardi [1] / b_finardi@hotmail.com/UTFPR-SH Janaina Medeiros Francener [2] /UTFPR-SH Jeniffer Sabrina Machado [3] /UTFPR-SH Pamela Maceno Marques[4] /UTFPR-SH Rosangela Araújo Xavier Fujii [5] /UTFPR-SH Eduarda Maria Schneider [6] /UTFPR-SH Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem Agência Financiadora: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Resumo As constantes transformações no contexto político, cultural, tecnológico e socioeconômico têm exercido um grande impacto no cotidiano das pessoas, afetando diretamente as suas relações (DIESEL; BALDEZ; MARTINS, 2017). Esse cenário de transformações pode ser melhor compreendido partindo das contribuições de Bauman (2009), que compara o estágio social atual - por ele denominado "líquido" - com o anterior, "sólido". O estágio sólido foi aquele período cuja base era a lógica e, os conhecimentos adquiridos e acumulados pelo indivíduo lhe atribuiriam um maior suporte quanto a resolução de problemas em sua vida, mas apenas levando em consideração o contexto de situações previsíveis e duráveis em que ele estava inserido. O estágio líquido por sua vez, consiste numa condição socio-histórica contemporânea, caracterizado pela flexibilidade e imprevisibilidade (BAUMAN, 2009). Assim, com base no contexto atual supracitado, cujas mudanças sociais ocorrem a uma considerável velocidade, surge a exigência de um novo perfil docente (TERRAZAN; GAMA, 2007). Objetivando repensar todo o processo de formação de professores, o ponto de partida é, principalmente a ressignificação dos saberes já construídos para valorização da diversidade dos saberes essenciais à sua prática, com o intuito de redirecionar a racionalidade técnica instrumental para uma perspectiva reflexiva, investigativa e crítica (DIESEL; BALDEZ; MARTINS, 2017). Para atender tal necessidade, Berbel (2011) pontua que, cabe aos docentes partirem em busca de novos caminhos e novas metodologias de ensino cujo protagonista seja o aluno. Freire (2015) reitera que a educação não é um processo realizado pelo outro, ou ainda pelo próprio sujeito, mas sim a partir da interação entre sujeitos históricos por meio de suas palavras, ações e reflexões. Considerando a problemática apresentada e também objetivando a parceria entre docentes em formação inicial e continuada, a proposta do presente trabalho de pesquisa foi estabelecer um grupo de estudo e pesquisa integrado por docentes em formação inicial e continuada para realização de leituras, discussões, pesquisas e reflexões a respeito de algumas das dimensões da prática pedagógica envolvendo o estudo das metodologias ativas para o ensino de Ciências e Biologia. O projeto iniciou suas atividades em dezembro de 2017, com o planejamento e organização do cronograma do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências (GPENCI), constituído por discentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - câmpus Santa Helena (UTFPR-SH), e também pelos docentes em exercício das escolas da região de Santa Helena/Paraná. O GPENCI iniciou suas atividades em abril de 2018, com encontros quinzenais, encerrando-se em setembro de 2018. Durante todo o ano ocorreram 10 encontros do grupo, com a presença dos 14 participantes, sendo 4 docentes, 1 mestranda e 9 discentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UTFPR-SH. Em seus encontros, o grupo abordou, dentre outras questões, as metodologias ativas de ensino e aprendizagem, com o intuito de compreender quais são elas, sua aplicação no ambiente escolar e também, sua relevância para o ensino de Ciências e Biologia. Para tanto, foi utilizado em primeira instância, um artigo para nortear os participantes sobre a temática, e, em seguida, solicitado que cada um pesquisasse um exemplo de metodologia ativa e apresentasse nas discussões seguintes. Baseando-se no artigo proposto para a discussão dos aspectos gerais das metodologias ativas (DIESEL; BALDEZ; MARTINS, 2017) e em pesquisas complementares realizadas na internet, os participantes elencaram as seguintes metodologias: Metodologia investigativa, Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), sala de aula invertida, aprendizagem baseada em projeto (PjBL), aprendizagem em grupos/times (TBL), aprendizagem híbrida, instrução por pares, método dos 300, role play, simulação e phillips 66. A partir das discussões e relatos dos participantes, foi possível concluir que, apesar de muitos dos professores - em formação inicial e continuada - presentes no grupo, utilizarem-se da exposição em suas aulas, em determinado momento já sentiram a necessidade da utilização das metodologias ativas com o intuito de inovar e reinventar suas aulas. Dessa maneira, muitos já fizeram uso de pelo menos uma das metodologias listadas, embora não tenham sido capazes de, naquele momento, identificá-la como uma metodologia ativa. Além disso, também foi relatado pelos participantes o interesse em testar ao menos uma das metodologias inovadoras elencadas. Assim, com esse estudo foi possível concluir que, para suprir as novas demandas na formação de professores, ainda são necessários mais estudos a respeito das metodologias ativas e sua aplicação no cotidiano docente conforme os diversos contextos em sala de aula, uma vez que grande parte dos docentes envolvidos no desenvolvimento dessa pesquisa ainda demonstrou certa resistência no que diz respeito à inovação em sala de aula dadas as limitações ainda presentes no âmbito escolar. Palavras-chave: Metodologias ativas, formação de professores, grupo de pesquisa, ensino de Ciências e Biologia. Referências BAUMAN, Z.. Os desafios da educação: aprender a caminhar sobre areias movediças. Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 137, maio/ago.2009. BERBEL, N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia dos estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011. DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Thema. V. 14, n. 1, p. 268-288. 2017 FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 51ªed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2015. TERRAZAN, E. A.; GAMA, M. E. Condicionantes para a formação continuada de professores em escolas de educação básica. Educação & Linguagem. Ano 10. N. 15, p. 161-192, Jan-Jun. 2007.