Desde a colonização até os dias atuais pouca coisa mudou nas relações político-sociais nas regiões semiáridas do nordeste brasileiro. A lógica continua a mesma, a política nas mãos de uma minoria que por sua vez controla uma economia voltada em grande parte dos casos para a exploração das riquezas minerais. Essas oligarquias difundiram por séculos a ideia de que o problema das mazelas do nordeste é a seca, quando na verdade, sabemos que o verdadeiro problema está relacionado às intervenções oriundas de políticas públicas que respeitem e se enquadrem com as especificidades de cada lugar. O professor (pesquisador) como agente educativo deve buscar, a partir de ferramentas interdisciplinares, novas formas de quebrar essa ideologia que insiste e marginaliza o povo nordestino até hoje. O objetivo deste trabalho é apresentar de forma introdutória alguns apontamentos críticos e novas possibilidades para os métodos adotados nas salas de aula, apresentando aos professores o interesse de discussões políticas e de conscientização sobre o seu espaço. A metodologia adotada para elaboração deste trabalho consistiu na realização de um levantamento bibliográfico de artigos, teses e dissertações disponíveis em meio eletrônico e escrito, os quais abordavam a temática da preservação do meio ambiente e, práticas educativas ambientais desenvolvidas no âmbito escolar. Os estudos mostraram que o educador precisa construir uma nova identidade que englobe a aceitação da relação homem e natureza em uma interação educacional solidária e sustentável com o seu ecossistema. Os moradores das zonas semiáridas, principalmente rurais, precisam entender o seu território como um lugar de convivência e que suas relações com o meio vão interferir diretamente no mesmo, ou seja, a preservação e a utilização de forma racional os fornecerá uma melhor convivência com o meio em que vivem nos períodos de estiagem. Conclui-se identificando a necessidade da participação do educador como um agente não apenas de informação, mas também um formador e transformador, instigando os jovens e adolescentes e os politizando para a realidade do seu cotidiano, e, assim, produzindo um saber conjunto, com trocas e passagem de novas possibilidades, estabelecendo de forma coletiva com a comunidade novas relações político-sociais. A escola seria o local dessas experiências, na qual os jovens e adolescentes seriam o foco principal e levariam essas discussões para o lar, como também, para toda a comunidade.