No Brasil, a Melastomataceae é a sexta maior família entre as angiospermas, apresentando 1.326 espécies. Entre as espécies da família Melastomaceae pertencentes à Restinga destaca-se a espécie Mouriri cearensis Huber. Apresenta desenvolvimento em ambiente de Restinga, é uma planta nativa do Ceará, sendo conhecida popularmente como manipuçá. Entre as atividades biológicas, pode-se destacar que o extrato das folhas apresenta atividade antimicrobiana com resultados positivos contra as bactérias Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. O objetivo do estudo foi observar a presença de alguns compostos provenientes do metabolismo secundário na espécie M. cearensis Huber através de testes fitoquímicos e a sua toxicidade em Artemia salina. A coleta do material vegetal realizou-se no Jardim Botânico de São Gonçalo do Amarante, em maio de 2017. A preparação do material ocorreu com a maceração das folhas em álcool comercial e percolação durante 15 dias. Depois da percolação, as folhas foram retiradas e o líquido foi rotaevaporado e seco. Os testes fitoquímicos realizados foram fenóis, taninos, antocianinas, antocianidinas, flavonóides, leucoantocianidinas, catequinas, flavônonas, favonóis, flavanona, flavanonóis, xantonas, saponinas e alcaloides. A toxicidade foi realizada utilizando larvas de Artemia salina. Entre os resultados dos testes fitoquímicos, foi possível observar a presença de fenóis e taninos, flavononois, flavononas, flavonóis e xantonas. Quanto à toxicidade, observou-se que o extrato não apresentou toxicidade às larvas de Artemia salina. Pode-se concluir que o extrato etanólico das folhas de M. cearensis Huber apresentou alguns metabólitos secundários e não foi tóxico para a Artemia salina, porém há necessidade de estudos aprofundados para observar o potencial biológico da espécie.