A ocorrência de florações de cianobactérias potencialmente tóxicas vem sendo reportada com frequência em reservatórios do semiárido paraibano. No contexto da transposição de água do Rio São Francisco esse problema que á grave pode torna-se pior, visto que as águas transpostas podem carrear inóculos de cianobactérias e provocar florações de organismos em toda extensão de reservatórios beneficiados. Assim o objetivo deste trabalho é realizar um levantamento da ocorrência de cianobactérias potencialmente tóxicas nos últimos 4 anos nos reservatórios potencialmente receptores das águas da transposição do Rio São Francisco. Foram realizadas coletas bimensais de janeiro de 2006 a dezembro de 2009 na região lacustre (subsuperfície) de vinte reservatórios de abastecimento público do Estado da Paraíba. Análises quali-quantitativas da comunidade fitoplanctônica forma realizadas associadas a testes te toxicicidade a microcistina. A ocorrência de cianobactérias nos reservatórios aumentou ao longo do período de amostragem. No ano de 2006 apenas 13% dos reservatórios apresentaram florações de cianobactérias, em 2007 o percentual passou a ser 20%, 56% em 2008 e 94% em 2009.Com relação a analise de microcistina na água, dos vinte e cinco reservatórios amostrados, observou-se que no período seco do ano de 2007 as concentrações de microcistina foram bem mais evidentes, sendo detectadas em 55% dos reservatórios. Em 40% dos ambientes destes a concentração foi superior ao 1 µg/L para águas destinadas ao consumo humano, sendo nos 15% restantes as concentrações de microcistina ficaram abaixo dos 0,5 µg/L. As concentrações de microcistina oscilaram entre 0,19 µg/L e 4,54 µg/L. Os resultados apresentados tem possivelmente implicações para a saúde pública, em função da eventual contaminação da água servida com cianotoxinas e conseqüente exposição crônica da população local aos efeitos deletérios desses compostos. A transposição de águas do Rio São Francisco pode ampliar a dispersão desses organismos visto a interconexão ao longo de dos reservatórios.