O varejo cearense é formado por pequenas mercearias com estrutura informal de controles administrativos, financeiros e de processo, e que tendem a se profissionalizar como estratégia de sobrevivência. Pesquisas abordam projetos como um meio de alcançar os objetivos do plano estratégico organizacional. O varejo exige a tomada de muitas pequenas decisões e poucas grandes, dificultando a implementação da estratégia. Procuramos trazer reflexões sobre a forma que as varejistas da cidade de Sobral gerenciam projetos ao necessitar dos mesmos. O objetivo desse trabalho é comparar as práticas das empresas varejistas na execução de projetos com as práticas utilizadas internacionalmente, para que, em última instância, possa-se descrever o desempenho dessas empresas e sua relação com projetos trabalhados apontando erros, sugerindo possibilidade de caminhos alinhados com as melhores práticas existentes. Este estudo consiste numa análise quantitativa e descritiva de um grupo de 100 empresas do ramo varejista do município de Sobral/CE. Aplicou-se questionário baseado na escala Likert contendo 16 questões objetivas, acerca das características gerais da empresa e práticas importantes sobre escopo, prazo e custo. O valor gerado pela escala classificou categoricamente as entrevistadas, agrupando seu nível de gerenciamento em projetos em: crítico, baixo, moderado e alto. A maioria das empresas (71%) relataram realizarem entre 1 e 4 projetos por ano e Plano de Negócios, Pesquisa de Mercado e Expansão de Lojas estão entre os tipos de projetos mais trabalhados recentemente. Com base no estudo podemos inferir que as empresas varejistas da região norte não utilizam as ferramentas de gerenciamento de projetos em sua totalidade e de maneira constante, configurando-se como um hábito ainda não enraizado na cultura de tais empresas.