Considerando que os alunos hospitalizados encontram-se em desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicossocial, é garantido por lei o direito deles desfrutar de acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência no hospital (BRASIL, 1995), de modo a evitar a perda da continuidade de seus estudos. Este estudo tem como objetivo investigar a percepção que a criança e ao adolescente hospitalizados com doença crônica constroem acerca da permanência hospitalar e da aprendizagem escolar no hospital. As questões norteadoras da pesquisa consistiram em buscar compreender como os pacientes com doenças crônicas vivenciam a hospitalização, a consequente ruptura com o cotidiano familiar e escolar e o que representava para eles a existência/ausência da escola no hospital. A pesquisa foi realizada na clínica de hemodiálise (Natal-RN), como metodologia foi adotada a triangulação dos dados a partir dos seguintes instrumentos de pesquisa: um questionário aplicado a 10 alunos; a intervenção pedagógica junto a 03 alunos; a observação de campo durante oito meses de pesquisa; análise do prontuário dos pacientes; do diário de bordo da professora-pesquisadora, conversas informais com os alunos. As análises revelam que os alunos com doença crônica concebem hospital como um ambiente doloroso onde sofrem procedimentos invasivos. O evento hospitalização é percebido como acarretador de rupturas com a sua vida cotidiana. Apesar da maioria não se sentir bem nesse contexto de transtornos e enfrentamentos, de modo geral, os participantes mostraram que o evento hospitalização não impede que novos saberes possam ser adquiridos e expõem seus desejos de realizar atividades escolares como uma forma de ajudar a enfrentar momentos dolorosos da sua vida.
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