SOUSA, Gisonaldo Arcanjo De et al.. As formas tratamentais e o uso em cartas pessoais. Anais II CONBRALE... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/43492>. Acesso em: 21/11/2024 15:55
Muitas pesquisas apontam para estudos diacrônicos a respeito das formas TU, VOCÊ e até SENHOR(A), esquecendo-se, por vezes, de citarem outras formas tratamentais encontradas no relacionamento de um com o outro falante – que aqui, por ser carta, denominamos escrevente. Este trabalho objetiva apontar diversas outras formas de evocar o outro, dando-lhe um tratamento mais polido ou não, variando de acordo com o emissor/destinatário. Para isso, os estudos se fixaram na Sociolinguística de Base Laboviana (WEINRICH, LABOV e HERZOG (1968) e mantêm a linha metodológica direcionada para esta mesma teoria combinada com a semântica do Poder e Solidariedade defendida por Brown e Gilman (2003 [1960). O trabalho quantifica e compara os resultados de 30 cartas pessoais dos anos finais do século XX para averiguar a existência de outras formas de tratamento que estejam competindo com o TU, VOVÊ e SENHOR(A) - formas tão exploradas por pesquisadores. Escolhemos a região do Seridó e seus escreventes para averiguar o fenômeno. Para outras e também para esta finalidade, foram construídos dois corpora: Essas Mal Traçadas Linhas I e Essas Mal Traçadas Linhas II. Vale ressaltar que Cada corpus é composto de aproximadamente 500 cartas e se distinguem um do outro pelo tempo que cada um representa, ou seja, cinquenta anos de separação. Desenvolvida a análise, os resultados apontam para o uso concomitante de formas, o que pode sugerir que tivemos ou ainda temos indícios de competição de formas no que diz respeito à apresentação de dados norte-riograndenses, encontrados nas missivas analisadas.