No Brasil, devido à falta de uma legislação específica para o tratamento de resíduos químicos, de um controle mais efetivo e de fiscalização em instituições de ensino, pesquisa ou prestadoras de serviços, estas unidades geradoras têm feito muito pouco com relação ao controle da produção e ao descarte seguro de resíduos potencialmente perigosos. Neste cenário a omissão é o agente comum, portanto, cabe às universidades a iniciativa de desenvolver um processo de tratamento desses resíduos, revertendo esse quadro de tamanha incoerência dentro da vida acadêmica. O objetivo deste estudo foi a caracterização e tratamento dos resíduos líquidos gerados no laboratório de química geral e inorgânica CES-UFCG. A primeira etapa foi a identificação dos resíduos verificando os tipos de descartes (passivos) gerados, formas de armazenamento e de destinação e descrição visual do efluente no recipiente analisado. A segunda etapa foi a caracterização físico-química dos resíduos, onde analisou-se cor, pH, densidade e teor de sólidos totais. Os resíduos armazenados no período de 2009 a 2017, cerca de 50 L, apresentaram três fases: hidrofóbica (~5%), aquosa (~90%) e uma fase sólida precipitada. A fase aquosa com 3,0499% de ST, pH de 1,67±0,007 e densidade de 1,0189±0,0006g/cm-3. O teor de sólidos analisado por secagem ao sol foi de 4,49%±0,001, mostrando que se pode reduzir o volume dos efluentes tornando-os mais adequados ao tratamento e recuperação.