A questão hídrica no Brasil passa por diferentes cenários: Há enchentes e escassez. A Região do semiárido nordestino sofre escassez hídrica devido as suas características geográficas e baixa precipitação anual e algumas regiões atinge no máximo 800 mm, o que dificulta a manutenção da vida nessa região. O semiárido brasileiro mede 969.589,4 km², cobrindo 11% do território nacional e contendo 1.132 municípios em dez Estados da Federação (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e MG) Ministério de Integração Nacional (MIN, 2005) adota esses parâmetros como critérios técnicos e as classificações geoambientais são definidas pelos aspectos de pluviosidade, evaporação, aridez e risco de seca maior que 60% . Sendo assim, captar, armazenar e aproveitar águas pluviais nas propriedades rurais do meio agreste alagoano para fins menos nobres, como exemplo nas casas de farinha, na lavagem da mandioca (Manihot esculenta Crantz), diluição dos efluentes gerados (manipueira) para alimentação animal, dessedentação animal e a primeira água para o pomar, são medidas simples e descentralizadas, que podem ser elaboradas nos modelos do design de permacultura, que utiliza práticas ancestrais e o conhecimento científico. Neste sentido o código de águas está no decreto 24.643/1934, e no que se refere a águas pluviais diz o Artigo 102: Consideram-se águas pluviais as que procedem imediatamente das chuvas. O conceito sobre a importância da água de chuva vem mudando, tendo sido contemplado no Plano Nacional de Recursos Hídricos como um ‘bem a ser utilizado no seu potencial pleno’ (Brasil, 2006).
A Lei 9433/ 1997 Lei das águas, possui importantes instrumentos que regulam o uso da água. Há no Brasil a norma da ABNT NBR 15.527/2007 para aproveitamento de água de chuva de telhados em áreas urbanas e para fins não potáveis. (TOMAZ, 2010), e nessa perspectiva foi dimensionado um reservatório para o armazenamento de águas pluviais, em uma propriedade rural no Município de Anadia no Estado de Alagoas.A referida propriedade, que tem como principal atividade econômica a produção de farinha, possui uma área de captação de chuva de 3782 m², uma demanda hídrica de aproximadamente 5,600L diários, criação de animais de pequeno e médio porte como galinhas, cabras, e um pomar de abacaxi, maracujá e mandioca para farinha.
Para o dimensionamento do reservatório foi utilizado o método de RIPPL.