INTRODUÇÃO: Com a inversão da pirâmide etária, o Brasil tem passado por grandes mudanças demográficas que vem afetando todos os aspectos da sociedade e da vida cultural do país, alterando seu perfil epidemiológico. Assim, tornou-se necessária a implantação das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), entidades de caráter domiciliar que visam abrigar idosos com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Sabendo que para muitos idosos essas instituições representam um segundo lar, vê-se a necessidade de expor a sua influência em áreas que contemplam aspectos socioeconômicos desses indivíduos, pois, com base no conceito ampliado de saúde, o mesmo não se limita somente a aspectos biomédicos, mas sociais, culturais e mentais. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo apresentar a partir da percepção dos acadêmicos de medicina, os limites e potencialidades das Instituições de Longa Permanência no processo de envelhecimento dos indivíduos que a ela pertencem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, cuja abordagem foi qualitativa e a modalidade do tipo relato de experiência. O cenário da pesquisa foi uma instituição filantrópica de longa permanência, na cidade de João Pessoa-PB. As informações coletadas foram obtidas por meio de rodas de conversa com os próprios usuários e funcionários da instituição. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que o distanciamento familiar predominava na população estudada, visto que a grande maioria referiu a pouca participação familiar até o momento da entrevista, mesmo com tentativas de comunicação com os familiares, por parte dos profissionais locais. A ILPI mantém-se a partir de doações e com cerca de 70% da aposentadoria dos idosos, a fim de arcar com suas despesas pessoais e os outros 30% ficam na poupança do idoso, podendo ser usado em situações extras, mostrando-se estar em conformidade com o que diz os incisos 1° e 2° do artigo 35 da lei 10.741 do Estatuto do Idoso. Tornou-se nítido o auxílio que aqueles moradores têm recebido ao longo de sua estadia. A equipe, normalmente formada por enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistente social, demonstraram buscar, de forma integrada, dar o melhor aparato a essa população. Ressalta-se que os modelos de atenção ao público idoso precisam ser direcionados na pessoa, já que possuem maiores limitações funcionais e sociais, peculiares a esse grupo. Muitos desses idosos, quando lúcidos e com condições físicas, possuem a liberdade de realizar passeios, visitas, por exemplo, mostrando um nítido processo contrário ao retrógrado modelo asilar, caracterizando a sua manutenção e reinserção na sociedade. CONCLUSÕES: Com base nos temas abordados e nas peculiaridades expostas, evidencia-se a importância da multidisciplinariedade no atendimento aos indivíduos pertencentes às ILPIs. Destacando-se as individualidades desse grupo populacional, é possível observar o quão importante é o atendimento médico centrado no usuário.