O fenômeno de envelhecimento populacional passa a se estabelecer atualmente em países em desenvolvimento como o Brasil. O motivo desse alargamento no topo da pirâmide populacional é a redução da mortalidade e da fecundidade no país. O aumento da população idosa provoca uma reestruturação epidemiológica, com a diminuição de agravos agudos e infecciosos e maior crescimento de distúrbios crônicos e neuropsiquiátricos. É essencial uma assistência especializada para atender as peculiaridades que abrangem a população senil e acompanhar a evolução de distúrbios que possam vir a comprometer a qualidade de vida desses indivíduos. O objetivo do trabalho é avaliar o número de profissionais médicos com especialização em Geriatria frente ao número de idosos encontrados nas Unidades da Federação (UF) da região Nordeste do Brasil. Além disso, o trabalho busca relacionar o total de profissionais especialistas em cada estado com algumas internações evitáveis de pacientes idosos no Sistema Único de Saúde (SUS). O presente trabalho é de base quantitativa e descritiva, teve como foco exploratório as UF brasileiras pertencentes à região Nordeste. Foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso (SISAP-Idoso) e o relatório de “Demografia médica no Brasil 2015” do Conselho Federal de Medicina. A quantidade de idosos de cada UF foi dividida pelo número total de geriatras atuantes no local, encontrando-se o número de idosos para cada geriatra nos estados do nordeste brasileiro. Pelo levantamento realizado, existem 186 geriatras no Nordeste cadastrados no CFM. A Bahia é o estado com maior quantidade de idosos e de profissionais geriatras. Sergipe apresenta o menor quantitativo de pessoas acima dos 60 anos e o Maranhão contém o menor número de geriatras do Nordeste. Quanto às internações evitáveis, foram averiguados os parâmetros: internações por hipertensão, doenças preveníveis por imunização e deficiências nutricionais. A Bahia liderou todos os casos de internações evitáveis, mas chamaram atenção os altos índices de pacientes hipertensos no Maranhão; com doenças infecciosas no Ceará e com déficit nutricional em Pernambuco. Preconiza-se um médico geriatra para cada mil idosos de um local. O Nordeste e o Brasil de maneira geral estão muito abaixo do número de profissionais necessários para ofertar uma assistência eficaz e completa. Ficou evidente a necessidade do estabelecimento em todo o Nordeste de ações, como o incentivo à qualificação de especialistas e melhor abordagem da temática durante a graduação em Medicina, para aumentar a oferta desses profissionais. Quanto às internações consideradas evitáveis, observou-se um número grande de hospitalizações por hipertensão, sendo um direcionamento para o investimento de políticas públicas que auxiliem nessa diminuição.