O envelhecimento populacional constitui um dos maiores desafios para a saúde pública contemporânea onde a saúde bucal de idosos está atrelada a um modelo assistencial odontológico mutilador. A literatura evidencia que padrões de desigualdades sociais estão intimamente ligados aos determinantes demográficos e ambientais como de desigualdades nos níveis de saúde entre grupos socioeconômicos distintos, observando-se que os mais pobres têm geralmente pior saúde bucal que grupos mais ricos. Este estudo tem como objetivo verificar o efeito das desigualdades sociais em saúde bucal na pessoa idosa do município de Macaíba-RN, foi utilizado um questionário sócio demográfico e realizou-se o exame das condições de saúde bucal, a fim de avaliar o grau de ataque de cárie, a condição periodontal e uso e necessidade de próteses dentárias. Utilizou-se a técnica de amostragem probabilística por conglomerados, a partir de setores censitários sorteados. As variáveis dependentes foram submetidas à análise fatorial, da qual se extraíram três fatores representativos das condições de saúde bucal dos idosos. Em seguida, os indivíduos foram reagrupados através de uma analise de cluster. Os cinco clusters obtidos foram comparados em relação às variáveis sociais e demográficas através do teste qui-quadrado, considerando um nível de significância de 5%. Verificou-se associação estatisticamente significativa entre anos completos de estudo, presença de cuidador, idade, sexo, situação conjugal e zona de residência dominante. A despeito da homogeneidade da população idosa estudada, pode-se observar que as condições sociais e, principalmente, as demográficas influenciaram significativamente a saúde bucal dos idosos. Portanto, o presente estudo torna-se um importante instrumento para auxiliar no cuidado odontológico e no planejamento de políticas públicas que atendam às necessidades desses indivíduos.