Trata-se de um trabalho de pesquisa de iniciação científica, PIBIC/CNPq, que teve como objetivo geral refletir acerca da importância dos hábitos alimentares como elemento simbólico, na formação da identidade cultural de um povo. Com essa finalidade, optou-se pela pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, como recurso metodológico, com a aplicação de questionários físicos e online, tendo como informantes moradores, antigos e recentes, do município de Barra-Ba, além da observação direta das cenas cotidianas, nas visitas ao Mercado Municipal e demais espaços de feira livre, a exemplo da “Feira da Rodoviária”. O objetivo da pesquisa é justificado pela mescla de identidades culturais que o município de Barra, um dos 250 municípios constituintes do semiárido baiano, tem vivenciado desde a instalação do campus de Ciências Agrárias, da Universidade Federal do Oeste da Bahia, em 2014. De lá para cá, aquele lócus, distanciado 600 km da capital, situado entre os Rios Grande e o São Francisco, tem assistido a um crescente fluxo demográfico na recepção aos novos moradores representados pelos discentes, docentes, técnicos administrativos, geralmente oriundos de outras regiões da Bahia e de outros Estados. A pesquisa compreendeu os meses de agosto de 2016 a julho de 2017. Como destaque, percebeu-se que de acordo com algumas narrativas, a seca tem colaborado na escassez de alguns produtos da flora e da fauna, incluindo aqui espécies de peixes, e isso vêm relegando alguns hábitos alimentares ribeirinhos, e suas circunstâncias, à memória afetiva. Em relação à mescla identitária, nota-se um crescente aumento de estabelecimentos comerciais, em especial, restaurantes/churrascarias e espaços de lazer com ofertas de alimentos pertencentes a outros contextos culturais, a exemplo do acarajé, do açaí e da comida chinesa.