INTRODUÇÃO: A Aids, pouco discutida no grupo populacional com idade igual ou superior a 50 anos, começa a ser destaque nos últimos anos no Brasil. Conhecer a tendência da incidência e mortalidade por Aids em pessoa idosas, tornam-se uma ferramenta indispensável para vigilância epidemiológica, principalmente no que concerne ao planejamento de políticas públicas de saúde que visem à prevenção da disseminação dessa síndrome. OBJETIVOS: Analisar a tendência da incidência e mortalidade por Aids em idosos, no Brasil, na região Nordeste e em seus estados. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico, utilizando dados secundários do Sistema Nacional de Notificação de Agravos (SINAN) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). A população do estudo foi composta por todos os casos de Aids em pessoas com idade igual ou superior a 50 anos. Os períodos utilizados foram de 2000 a 2011 para o cálculo da taxa de incidência de Aids, e de 2000 a 2010 para a taxa de mortalidade específica por Aids, ambas calculadas por 100.000 habitantes/ano. Para a análise de tendência e para o cálculo das taxas de cada ano foi utilizado o programa de regressão Joinpoint, que através da regressão log-linear segmentada permite descrever uma tendência e identificar se houve mudanças e calcula a Porcentagem Anual de Cambio (PAC). Utilizou-se um nível de significância de 5% para a análise dos dados. RESULTADOS: Foram notificados no Brasil, no período de 2000 a 2011, 54.472 novos casos de Aids em pessoas acima de 50 anos e foram registrados 6.372 óbitos no período de 2000 a 2010. Na análise de tendência da incidência, houve um aumento significativo no Brasil, Nordeste e em todos os estados do Nordeste brasileiro em ambos os sexos (p<0,05). Dos estados analisados, destaca-se o estado de Maranhão (PAC= 32,8%; I.C. 95%: 13,2 - 27,6; p<0,05). A tendência da mortalidade no período de 2000 a 2010 foi de aumento no Brasil e no Nordeste em ambos os sexos (p<0,05). Nos estados do Nordeste, houve um aumento significativo da mortalidade por AIDS no Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Para o sexo feminino, houve aumento significativo nos estados de Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia. CONCLUSÃO: Os resultados do estudo mostram uma tendência a feminização e envelhecimento da epidemia de Aids no Brasil e na região Nordeste. Nesse aspecto, medidas de promoção à saúde, prevenção da doença, diagnóstico precoce e tratamento efetivo devem ser oferecidas através de políticas públicas de saúde. Estudos em longo prazo devem ser realizados no futuro, com a finalidade de avaliar se as medidas adotadas são capazes de modificar as tendências identificadas.