A imagem corporal é definida como a figura mental das medidas, dos contornos e da aparência corporal. A percepção subjetiva da imagem está diretamente relacionada à forma do corpo e é um elemento que constitui a identidade pessoal, sendo influenciada por elementos subjetivos e sociais. O conflito entre o ideal de beleza imposto pela sociedade e a pressão que este modelo representa pode ocasionar a insatisfação e distorções em relação à autoimagem corporal, desencadeando comportamentos inadequados para o controle do peso, tais como excesso de exercícios físicos, cirurgias plásticas e atitudes alimentares prejudiciais à saúde. O objetivo deste trabalho foi verificar a percepção subjetiva da imagem corporal de mulheres em relação ao seu índice de massa corporal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado de Minas Gerais. A amostra foi composta por 50 mulheres com idade entre 18 e 45 anos. A percepção subjetiva da imagem corporal (PSI) foi medida por autoavaliação, com o uso da Escala de Figuras de Silhuetas (EFS), que é composta por 15 silhuetas femininas. Cada voluntária escolheu uma imagem corporal representativa da sua percepção subjetiva. Para a determinação da imagem corporal real (ICR) foi utilizado o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e as voluntárias foram divididas em quatro grupos: baixo peso (n=7), eutrófico (n=26), sobrepeso (n=14) e obesidade (n=3). Para a análise entre PSI e ICR foram usados os valores de IMC correspondentes a cada uma das imagens da EFS. Os resultados indicaram que das 50 voluntárias, apenas 10 escolheram uma imagem de silhueta com a representação correspondente à sua ICR, sendo duas do grupo classificado como baixo peso, seis do grupo eutrófico e duas do grupo sobrepeso. Além disso, nesses respectivos grupos, as demais mulheres que erraram a indicação ICR, apresentaram uma superestimação da imagem corporal, isto é, escolheram uma imagem na EFS maior que a sua ICR. No grupo classificado como obesidade, as três voluntárias também superestimaram a ICR. Os resultados demonstraram que a maior parte das mulheres investigadas não identificou a imagem corporal de forma correta, apresentando uma tendência a superestimar as dimensões corporais reais. Sabe-se que a percepção subjetiva da imagem corporal pode influenciar diretamente na saúde psíquica e no bem-estar geral, assim a representação negativa ou irreal da ICR pode acarretar em comportamentos compensatórios inadequados, causando prejuízos e consequências severas para a saúde dos sujeitos. Sugere-se a continuidade de estudos nessa área, a fim de identificar elementos que favoreçam a melhoria da saúde física e mental, modificando de forma favorável a percepção imagem corporal através da elaboração de uma autoimagem positiva e próxima das dimensões reais.