A matemática pode ser encontrada em diversas situações de nosso cotidiano, embora muitos profissionais da educação insistam em utilizar de exemplos distantes da realidade dos estudantes. A partir dessa premissa, esse estudo se propõe a apresentar a concepção dos permissionários que trabalham no Mercado Municipal Adolpho Lisboa (Manaus/Amazonas) acerca do uso da matemática em suas atividades diárias, tais concepções foram coletadas por estudantes de Pedagogia da Universidade Nilton Lins, durante a execução de práticas de campo vinculadas a disciplina de Fundamentos e Metodologias do Ensino de Matemática. Logo, a ideia de apresentar esse universo de saberes populares aos estudantes de Pedagogia justifica-se em virtude de, por vezes tais saberes serem segregados no meio acadêmico-científico. E ainda porque a etnomatemática valoriza tais conhecimentos, contudo não estigmatiza os saberes oriundos da sala de aula formal, ao contrário acredita que ambos podem ser utilizados em prol de uma aprendizagem matemática mais efetiva. Os resultados apontam que a visão dos permissionários apresenta dualidade de saberes, reforçando o que propaga a etnomatemática, quando caracteriza os saberes cotidianos como válidos para o aprimoramento cognitivo, no que tange aos conhecimentos matemáticos. E ainda reforça as potencialidades do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, como “palco” de aulas práticas de matemática, tendo em vista a riqueza de possibilidades para o trabalho com a ciência exata, acentuando mais uma vez a exigência de ser conduzida a partir de uma realidade concreta, embora a abstração por vezes, seja utilizada.