CONHECIMENTOS E ATITUDES DE PARTEIRAS IDOSAS DA REGIÃO DO CARIRI SOBRE O TRABALHO DE PARTO
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A função de parteiras, em sua maioria, é desempenhada por mulheres idosas em regiões desprovidas de serviços de saúde, sendo elas, pela história de vida e anos dedicados a esta profissão, referência no manejo de trabalhos de parto em pequenas comunidades. Desta forma, o manejo de partejar por mulheres idosas torna-se imprescindível para modificar a ideia hegemônica de que idosos constituem-se em seres humanos inválidos, uma vez que prestam importantes serviços de saúde. No entanto, a maioria não dispõe de certificado de qualificação, uma vez que aprenderam o ofício pela necessidade e repassando suas experiências através de gerações. Objetivo. Identificar o conhecimento de parteiras idosas frente ao processo de partejar em comunidades rurais da região do Cariri. Metodologia. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de abordagem qualitativa, realizada na região do Cariri, no interior do estado do Ceará, com parteiras idosas residentes na região. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de entrevistas semiestruturadas individuais, em domicílio das mesmas, que foram encerradas após saturação dos dados. Os discursos foram organizados com base na análise de conteúdo e analisados conforme a literatura pertinente. Resultados. Participaram da pesquisa seis parteiras com faixa etária acima de 60 anos de idade, em sua maioria casadas, genitoras de seis a dez filhos, com ensino fundamental incompleto, doméstica, aposentadas e com renda entre um a dois salários mínimos. A maioria relata mais de 30 anos dedicados ao manejo de trabalho de partos, com uma média de 30 a 100 partos conduzidos de forma satisfatória. Os discursos obtidos revelam que as idosas parteiras apontam que as crenças culturais e a fé sempre estão presentes quando realizam um trabalho de parto, alegando que em decorrência da caridade apresentam disponibilidade para partejar. Existe uma preparação pessoal da parteira para o trabalho de parto, embora relatem dificuldades de condução do mesmo por falta de material e de insumos para partejar, bem como falta de capacitação para a execução do mesmo. As idosas revelam serem detentoras de conhecimentos, muitas vezes culturais de cuidados com o recém-nascido, bem como conhecimentos, em parcial científicos, sobre a assistência durante o trabalho de parto e após parto. Apontam conhecerem os sinais preditivos do inicio do trabalho de parto, as complicações do trabalho de parto e em que condições orientam a gestante para o hospital. Conclusão. As parteiras constituem-se como apoios para os serviços de saúde, através do uso da cultura. No entanto torna-se importante potencializar tais parcerias em meio à realização de capacitações a essas pessoas, apoio no fornecimento de insumos, o que em muito poderá contribuir para a redução da morbimortalidade materna e infantil." 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