A busca pela compreensão dos mecanismos que permitem que espécies vegetais ocupem diferentes ambientes tem atraído a atenção de estudos em todo mundo. Neste sentido, traços funcionais são cada vez mais usados para investigar respostas das plantas a diferentes condições ambientais. Dessa forma, tivemos por objetivo, analisar e descrever os traços funcionais foliares de espécies vegetais típicas de Caatinga. A comunidade vegetal foi amostrada por meio de levantamentos florístico-fitossociólogicos, onde foi realizada a mensuração de todos os indivíduos arbustivos-arbóreos vivos com altura ≥ 1 metro e diâmetro do caule ao nível do solo (DSN) ≥ 3 cm por se caracterizarem como indivíduos adultos para vegetação da Caatinga para o estrato arbustivo-arbóreo. Para análises dos traços foliares, selecionou-se as espécies que juntas sumarizam cerca de 83% da biomassa total da comunidade. Foram mensurados quatro traços foliares que são comumente utilizados, espessura foliar (EF); área foliar (AF); área foliar específica (AFE) e conteúdo de matéria seca foliar (CMSF) em 23 espécies vegetais registradas em um fragmento de Caatinga conservado situado no município de Queimadas, Paraíba. Os valores médios obtidos para EF variaram de 0,06 mm a 1,09 mm. Os de AF variaram de 8,96 cm² a 371.09 cm² . Já para AFE variaram de 4,13 mm². mg-¹ a 22,59 mm².mg-¹ e os valores de CMSF variaram de 219,32 mg.g-¹ a 653,62 mg.g-¹. A variabilidade nos traços foliares encontrados neste estudo indica que as espécies da Caatinga adotam diferentes estratégias para aquisição de recursos sendo refletido em diferentes respostas exteriorizadas nos traços foliares.