Introdução: A lesão medular ainda é pouco prevalente entre idosos. Portanto, ainda há poucos estudos investigando as consequências físicas, psicológicas e sociais advindas com o envelhecimento e com a lesão medular em conjunto. Levando em consideração que estudos investigando qualidade de vida têm mostrado diferentes domínios sendo afetados pelo envelhecimento ou pela lesão medular, entendemos que é preciso investigar quais aspectos estão sendo afetados nessa população específica que envelhece com a lesão para que políticas públicas sejam traçadas para atender às suas necessidades. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de um sujeito idoso com lesão medular. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso com um paciente idoso com lesão medular não traumática. Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado a versão abreviada do World Health Organization Quality Of Life (WHOQOL-Bref). Este instrumento contém 26 questões, das quais 24 são distribuídas em quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Os domínios são representados por várias facetas que foram formuladas para uma escala de respostas do tipo Likert, com escala de intensidade (nada - extremamente), capacidade (nada - completamente), frequência (nunca - sempre) e avaliação (muito insatisfeito - muito satisfeito; muito ruim - muito bom). Além dos quatro domínios, o instrumento apresenta duas questões gerais: uma faz referência à percepção da qualidade de vida e a outra à satisfação com a saúde. Para a análise dos resultados foi utilizada a sintaxe proposta pelo grupo WHOQOL no programa estatístico SPSS 17.0. Na sintaxe os escores são transformados em uma escala que varia de 0 a 100. Os resultados serão apresentados de forma descritiva. Resultados: J.M., sexo masculino, 60 anos, solteiro, residente em Natal/Brasil, com ensino fundamental incompleto. O participante tinha lesão medular incompleta, causada por tumor há 7 anos e não soube informar o nível de sua lesão, porém tinha a paraparesia como sequela. Nas duas questões gerais do WHOQOL-Bref, ele avaliou sua qualidade de vida como “nem ruim, nem boa” e sua satisfação com a própria saúde como “nem satisfeito, nem insatisfeito”. Com relação aos domínios, o físico apresentou escore de 50,0, o domínio psicológico de 70,8, meio ambiente de 37,5 e relações sociais de 75,0. Conclusão: Pode-se considerar que o indivíduo estudado apresenta baixa qualidade de vida no que diz respeito ao domínio físico e, principalmente, meio ambiente. A idade por si só, já leva a diminuição da capacidade física dos indivíduos e quando somado a uma lesão que causa comprometimento sensório-motor, dificulta ainda mais o acesso das pessoas idosas com algum comprometimento neurológico a ambientes sociais. Estes que, na maioria das vezes, ainda encontram-se inacessíveis para pessoas com déficit de mobilidade. É necessário, portanto, políticas públicas que busquem inserir essa população na sociedade na tentativa de prevenir maiores consequências físicas e psicológicas.