Considerando a problemática da falta de espaço na grande mídia para as práticas corporais não circunscritas ao universo do esporte profissional, tais como a dança e o esporte recreativo, dentre outras, este estudo questiona a cobertura da cultura de movimento realizada pelas rádios comunitárias no agreste paraibano. O estudo teve como objetivo geral, reconhecer e analisar a cobertura da cultura de movimento realizada por rádios comunitárias na mesorregião do agreste paraibano, de forma a discutir a presença da mulher. Trata-se de uma pesquisa documental, realizada com documentos de rádios comunitárias da mesorregião do agreste paraibano, através da análise de conteúdo. Em nossa pesquisa, realizamos uma análise de programas das rádios comunitárias investigadas, gravados a partir do acesso de sua programação via Internet. Em relação à presença da mulher, na cobertura das práticas corporais, realizada pelas rádios comunitárias analisadas, constatamos que foi muito pequena em termos absolutos e relativos, considerando-se a presença do homem. Não temos dados, porém, para constatarmos se a ausência da mulher na programação das rádios comunitárias investigadas, deve-se ao fato de um certo direcionamento por parte desses veículos de comunicação, ou, na pior das hipóteses, dela não estar inserida no universo de práticas corporais que sua localidade possibilita. Em ambos os casos, temos configurada uma situação limitante, no tocante à inclusão da mulher na sua cultura de movimento. Apesar de não termos dados para analisarmos se a ausência da mulher na programação das rádios comunitárias investigadas, deve-se ao fato dela não estar inserida no universo de práticas corporais locais, destacamos que a questão da inserção da mulher na mídia deve ser melhor investigada, no sentido também, de que possivelmente algumas praticas esportivas dominantes no agreste paraibano, como o futebol, serem atreladas unicamente ao universo masculino. Mesmo que a mulher participe da prática do futebol nos diversos campos improvisados às margens das estradas que cruzam essa área, o silêncio sobre sua presença pode significar que a identidade de gênero é vista como sinônimo de identidade sexual, de modo que falar sobre a mulher no futebol necessariamente levaria a tocar na questão da homossexualidade, o que reduz a compreensão e as possibilidades da mulher no esporte.