Neste trabalho buscamos reconstruir elementos históricos da Educação Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) no Ensino de Ciências da Natureza a partir de sua origem, desenvolvimento e condições atuais. Para tanto, utilizamos como referencial teórico-metodológico o Materialismo Histórico-Dialético, por meio de uma pesquisa sincrônica e diacrônica dos aspectos da realidade relacionados ao objeto da pesquisa. Iniciamos com a historicização do Movimento CTS, que emergiu entre as décadas de 1960 a 1970, a partir da crítica ao modelo linear de progresso e de uma compreensão de neutralidade da Ciência e Tecnologia (C&T), apartando essas produções humanas dos seus contextos sociais. Nesse processo, destacamos múltiplas contradições históricas, estabelecendo mediações para compreender a gênese e as expressões do Movimento CTS além de sua aparência. Assim, retratamos os impactos e limites, como por exemplo, os advindos do pós-guerra e da devastação ambiental em decorrência das formas de produção do contexto capitalista. Ao elencar esses aspectos, retomamos as clássicas tradições norte-americana, europeia e latino-americana, que dão origem ao Movimento nos respectivos continentes, bem como os desdobramentos e impactos na educação científica. Seguimos indicando elementos da origem e desenvolvimento da Educação CTS no Brasil, no início da década de 1990, problematizando aspectos como o contexto sociopolítico; o movimento da produção acadêmica na área; a polissemia de compreensões explicitadas na literatura e nas propostas desenvolvidas nas práticas educativas; as políticas curriculares em que se inserem; além das principais características das apropriações do Movimento CTS na educação brasileira. Numa perspectiva diacrônica e sincrônica, voltada não apenas para compreensão desse objeto de pesquisa, mas também as perspectivas para a práxis, apontamos espaços possíveis para o seu desenvolvimento atual e no devir, considerando as políticas públicas educacionais mais recentes.