A Mata Atlântica, um dos biomas mais biodiversos do planeta, foi drasticamente reduzida a menos de 12% de sua cobertura original devido ao desmatamento, especialmente impulsionado pela urbanização a partir do século XX. No estado do Rio de Janeiro, o Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) representa um dos maiores remanescentes florestais em áreas urbanas, desempenhando um papel essencial na conservação da biodiversidade e na prestação de serviços ecossistêmicos. No entanto, o PEPB enfrenta pressões decorrentes da expansão urbana, particularmente após a construção da Transolímpica em 2016, que intensificou a especulação imobiliária e a ocupação desordenada ao redor do parque. Este estudo tem como objetivo analisar a dinâmica da expansão urbana e seus impactos sobre a fragmentação florestal no PEPB entre 1996 e 2022. Utilizando dados do MapBiomas, análise de imagens de satélite, e ferramentas de Geotecnologias, foram gerados mapas de transição de uso e cobertura da terra, além de calculados índices de densidade de desmatamento. Os resultados indicam uma recuperação gradual da cobertura florestal dentro do parque, atribuída a políticas de conservação e reflorestamento. Contudo, a urbanização continua a avançar, especialmente em setores da zona de amortecimento, com um aumento significativo, principalmente entre 2006 e 2016, motivado pela construção da Transolímpica. Apesar dos esforços de conservação, a pressão urbana continua a ameaçar a integridade ecológica do PEPB. Este estudo contribui para a compreensão dos desafios enfrentados pela conservação da Mata Atlântica em áreas urbanas e ressalta a necessidade de políticas que equilibrem o desenvolvimento urbano com a proteção ambiental.