A degradação ambiental está intrinsecamente ligada à perda da cobertura vegetal e da produtividade primária, como resultante da atividade econômica, o que compromete o conjunto das biocenoses. O objeto deste trabalho é analisar a Distribuição espacial da vegetação de uma área degradada no Sertão de Irauçuba, estado do Ceará, no período chuvoso correspondente ao primeiro simestre de 2024, com foco no município de Canindé, pertencente à ASD1 dos Sertões do centro-norte cearense. A abordagem Geossistêmica, como paradigma teórico-metodológico, propõe uma análise integrada da paisagem, permitindo uma compreensão dinâmica da estruturação ambiental e suas modificações. Esta análise se mostra relevante pelo significativo impacto do uso da terra ao longo do tempo nos sistemas ambientais semiáridos brasileiros. O objetivo proposto concentra-se na análise geoambiental e interpretação da distribuição espacial da vegetação, através da resposta espectral dos sensores remotos, bem como a interação da vegetação com as dinâmicas ambientais e uso da terra. Foi possível, portanto, verificar que o a área de estudo apresenta padrões de vegetação conservada nas Serras, porções de maior declividade das depressões. As áreas de depressão apresentam trechos de intensa degradação pelo histórico de ocupação dessas áreas, com solo exposto, mas também resguardam zonas de vegetação arbustiva e herbácea abertas com indícios de tendência à biostasia. A construção deste trabalho possibilitou concluir que a distribuição da cobertura vegetal das áreas degradadas e no município de Canindé, ainda expressa a intensa degradação ambiental, historicamente produzida, mas os padrões de vegetação herbácea-arbustiva e fragmentos de Caatinga conservada revelam a possibilidade de recuperação, embora persista o desafio de concretizá-la nas condições socioeconômicas vigentes.