As queimadas e o desmatamento representam as principais alterações no uso da terra que impactam a Amazônia. No sudoeste da Amazônia, especificamente no Acre, o risco de incêndios é significativo devido ao avanço do desmatamento. Esse fenômeno tem provocado mudanças nos padrões anuais de desmatamento e queimadas no estado. Embora as unidades de conservação desempenhem um papel na mitigação desses problemas, muitas delas estão localizadas próximas às fronteiras de expansão do desmatamento e dos focos de calor, o que as expõe à pressão e difusão dessas mudanças no uso da terra. Este é o caso da Floresta Estadual do Antimary (FEA). Diante desse contexto de mudanças na cobertura e uso da terra, este estudo se torna crucial. Para atingir seus objetivos, foram utilizados dados do projeto MapBiomas sobre uso da terra e cicatrizes de queimadas nos anos de 1985, 1995, 2005, 2015 e 2022. Esses dados foram analisados com ferramentas de geoprocessamento, a fim de investigar a distribuição espacial ao longo do tempo das mudanças no uso e cobertura da terra. Os resultados revelaram uma perda significativa de áreas florestais convertidas em pastagens, com um aumento a partir de 2005 e continuado até 2022. Esse padrão também foi observado nas cicatrizes de queimadas. A análise da relação entre áreas queimadas e áreas de pastagem destacou que o fogo foi o principal agente na conversão dessas áreas, evidenciando uma relação direta entre práticas agropecuárias e o uso do fogo nas mudanças no uso e cobertura da terra na FEA.