A escola é considerada socialmente como a semeadora do saber, pois é um dos espaços que nos permite estabelecer as mais diversas relações que podem se caracterizar como conflituosas (SKLIAR, 2004 [2006]) ou afetivas (VYGOTSKY, (1994, 2000 e 2008 [1934]). Nessa perspectiva, podemos dizer que o afeto move as relações do indivíduo com o meio e com o outro, constituindo-se como ações de reconhecer o outro como legítimo na convivência, aceitando-o como parte integrante do seu grupo social e aceitando também que fazemos parte do mundo do outro (MEDRADO e DANTAS, 2012). Nesse sentido, objetivamos discutir em que medida os alunos videntes, em uma turma regular de língua estrangeira, interagem com alunos com deficiência visual (DV). Para melhor compreender essas relações em um contexto includente, utilizamos de questionários, respondidos por alunos de duas turmas de língua estrangeira (UFPB), e de notas de campo. Discutimos, neste trabalho, as relações conflituosas e afetivas a partir da perspectiva daqueles que incluem alunos com deficiência visual em salas regulares. Os resultados apontaram para o fato de que os alunos videntes, de maneira geral, estabeleceram relações conflituosas e afetivas com os alunos com DV, fazendo com que a convivência nessas salas se configurem como positivas.