A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no 9.394/96 (Brasil, 1996) deixa cla¬ro que os indivíduos com necessidades especiais devem ser atendidos pela própria rede pública regular de ensino e que os sistemas de ensino devem assegurar professores com especia¬lização adequada em nível médio ou superior para atendimento especia¬lizado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns (art. 59). Para o professor, um dos fazeres mais importante de sua atuação pedagógica está em elaborar o desenvolvimento de estratégias criativas que promovam novas aprendizagens. Isto se faz necessário uma vez que não temos educandos que aprendem da mesma forma, com as mesmas exemplificações, didáticas e ao mesmo tempo. Seja na rede federal, estadual, municipal ou particular de ensino observa-se um aumento na procura para efetuar matrícula por etapa de ensino de educação especial em classes comuns (alunos incluídos). Com a divulgação e a ação gradativa da Educação Inclusiva, a diversidade nas salas de aula de instituições de Ensino Médio, sejam elas públicas ou privadas, vem aumentando exponencialmente. Em face dessa situação, o professor se depara com novos desafios, sendo necessária uma reformulação na sua prática metodológica, com o objetivo de atender às necessidades do seu novo público alvo. Sob essa perspectiva, iniciou-se o desenvolvimento de um estudo voltado à elaboração de recursos didáticos que facilitem a aprendizagem da disciplina de química para alunos com deficiência visual que estejam incluídos em “salas comuns” de Ensino Médio, proporcionando-lhes idênticas oportunidades, no que tange à efetivação do processo de ensino-aprendizagem. Este trabalho, objetiva elaborar material didático para auxiliar na aprendizagem, do aluno deficiente visual, os conteúdos relacionados com a eletroquímica. A confecção de cartazes em alto relevo com a escrita química é de fácil realização, devido à alta acessibilidade dos materiais necessários para este fim, explorando não apenas os conhecimentos restritos da disciplina Química, mas abrangendo questões que necessitem de uma avaliação crítica por parte dos alunos e da elucidação de sua postura frente a questões sociais. Assim como, o desenvolvimento de recursos didáticos que visam aumentar a interação entre o conhecimento e os alunos com alguma deficiência surge como um caminho profícuo à facilitação da concretização do processo de aprendizagem desses alunos que, por conseguinte, implica em uma aproximação da materialização dos anseios da Educação Inclusiva. A pesquisa foi do tipo qualitativa, envolvendo alunos videntes e alunos com deficiência visual do 2° ano do ensino médio do Instituto Federal de Educação da Paraiba na cidade de João Pessoa PB. Foram produzidos materiais didáticos a partir de cartolina, etil vinil acetato, cola de contato, e tinta 3D em alto relevo que facilita a leitura tátil. Como existem poucos materiais didáticos na área de química, escrito em Braille, e que servisse para facilitar o entendimento dos alunos deficientes visuais, foi elaborada uma apostila em Braile para facilitar o entendimento teórico. O trabalho contribuiu no desenvolvimento de material didático no ensino de química, fornecendo subsídios para uma educação de qualidade, inclusiva e mais justa.