A institucionalização do Programa Mais Educação ocorrida em 2010 e a criação, em 2011, da Diretoria de Currículo e Educação Integral (DICEI) na Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) reforçaram o compromisso governamental com a Educação Integral, destacando a importância da formação continuada dos profissionais da Educação Básica. A revisão bibliográfica tem por objetivo contribuir com a formação de educadores que atuam em escolas integrais inclusivas, fornecendo-lhes subsídios para a realização de práticas educativas que promovam a transição de uma ótica voltada para a inclusão dos alunos disléxicos enquanto sujeitos com necessidades educativas especiais” para outra que conceba os alunos disléxicos como sujeitos com necessidades e potencialidades educativas singulares. Há mais de um século a Dislexia vem sendo investigada pelos médicos, mas foi apenas nas últimas décadas que os educadores deixaram de perceber o aluno disléxico como doente e passaram a considerá-lo como aprendiz. O paradigma inclusivista contribuiu muito para esta mudança aliado, entre outros, ao fato da Dislexia ser o distúrbio/transtorno de aprendizagem mais comum entre escolares e de na maior parte dos casos existir comorbidade com desordens do desenvolvimento, transtornos disruptivos do comportamento, entre outros. O conhecimento sobre Dislexia ampliou-se muito nas últimas décadas, inclusive com a publicação de periódicos científicos especializados, mas os educadores continuam entre os profissionais que menos conhecem sobre o tema. O desconhecimento leva à crença distorcida de que Dislexia é resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, baixa inteligência ou nível sócio-econômico. Os disléxicos, contudo, podem alcançar níveis regulares de leitura e escrita, desde que expostos às atividades adequadas. A Dislexia não tem cura, mas tratamento e prevenção; em ambos a contribuição dos educadores é fundamental. Logo, a importância do tema é inquestionável na formação destes profissionais, particularmente nos da Educação Básica, pois só assim eles serão capazes de elaborar e aplicar planos eficazes de tratamento/reeducação cognitiva para o aprendiz. Entende-se que a escola integral inclusiva, amparada em uma concepção que reconhece as múltiplas dimensões da condição humana, pode e deve promover a acessibilidade dos sujeitos disléxicos a diferentes linguagens, práticas e espaços educativos.