O estudo afirma a tese que o corpo brincante de Antônio Nóbrega educa através de sentidos estesiológicos existentes no “Brincante – o filme” e nas vivências dos cursos “Na rima” e “A arte do brincante para educadores”, oferecido pelo Instituto Brincante. Buscamos identificar como o corpo brincante desse artista pode educar, considerando as linguagens do cinema, da dança e da poesia em um exercício corporal do ver, sentir e vivenciar as conexões e ressignificações da tradição brasileira. Adotamos a fenomenologia de Merleau-Ponty para a descrição, interpretação e ampliação dos horizontes de sentido do fenômeno estudado, buscando compreender a maneira de como o corpo brincante de Antônio Nóbrega pode nos educar, interpretando não apenas o filme e o conteúdo do curso, mas também considerando as explicações de Antônio Nóbrega nas aulas, buscando compreender mais a respeito da relevância educativa da expressividade dos corpos brincantes, as estesias e os saberes da cultura brasileira. Partimos da tese de que o corpo brincante de Antônio Nóbrega educa pela sensibilização de sua arte, inspirando muitos educadores e outros artistas que se identificam com os exercícios de ressignificação estética dos saberes da tradição, configurando uma educação sensível por meio do olhar, do sentir e do movimentar-se recriando o nosso mundo. O artista, em seu fazer artístico, dá maior visibilidade ao mundo da tradição, ressignificando e dialogando com os elementos da arte erudita, considerando e indo além da arte armorial. No filme, destacamos o seu famoso personagem “Tonheta”, que traduz a figura de um brincante, que, por sua vez, remete ao velho “Faceta”, palhaço animador do Pastoril profano nordestino, Charles Chaplin, etc. No curso, evidenciamos a vivência das poesias e das danças populares que provocam estesias, emoções e sentimentos, capazes de proporcionar valiosos ensinamentos na formação continuada de professores e demais interessados em acessar os saberes da tradição.