A sala de aula é constituída por indivíduos que, desde a mais tenra idade, acarretam vivências e construções culturais complexas. Os movimentos que viabilizam o aprendizado possibilitam a produção de saberes por intermédio de trocas. As crianças trazem de casa suas experiências que se consubstanciam com aquilo que é compartilhado na escola. O processo de leitura passa por essas conexões e colabora com essa transformação. O presente trabalho investiga a proposta de ensino voltada para o uso da literatura infantil e a importância da literacia como fator preponderante ao pleno exercício da cidadania. As proposições aqui levantadas têm como pano de fundo um projeto interdisciplinar de leitura realizado em turmas bilíngues do 3o ano do ensino fundamental 1 de uma escola em Campina Grande, Paraíba. A temática abordada no projeto que desencadeou uma discussão em torno dos estereótipos sociais, desembocou em um trabalho de conscientização acerca da diversidade racial. Os estudos aqui dispostos fundamentam-se no tripé: literatura, literacia e liberdade, fazendo alusão à educação aos moldes freireanos que enaltecem a criticidade. Os resultados alcançados apontam para a relevância do referencial imagético da literatura com vistas à compreensão identitária de si mesmo e do outro, conferindo ao estudante uma formação comprometida com a sua participação no contexto social em que vive. Tais resultados indicam que as práticas interdisciplinares podem corroborar os percursos metodológicos da educação bilíngue atribuindo maior significado ao aprendizado da língua inglesa. O caráter pluridimensional da prática pedagógica aqui descrita, por seu viés linguístico e de formação cidadã, pode auxiliar professores de língua inglesa a promover um trabalho voltado ao desenvolvimento de habilidades de produção e recepção do idioma que gravitem em torno da criticidade.