O Programa de Residência Pedagógica (PRP) lançado pelas Capes em 2018, possibilitou a vivência teórico-prática de estudantes dos cursos de licenciatura com a docência e o cotidiano escolar. Durante a graduação essa experiência é oportuna para compreensão do trabalho docente que é envolvido por complexidades que requer a formação de professores para realizar a leitura dessa realidade. Este trabalho tem como objetivo relatar as possibilidades e os desafios vivenciados por uma residente durante 18 meses em uma Escola Militar a partir da participação no subprojeto Educação Física (SEF) da Universidade de Pernambuco. A estruturação do SEF em etapas denominadas de: ambientação, imersão, regência, avaliação e socialização, permitiram atuar com a comunidade escolar integralmente. As possibilidades em torno da vivência relacionaram-se à oportunidade de conhecer o campo de atuação profissional e materializar o ato pedagógico diante de apropriações de documentos, realização de planejamentos, sistematização dos saberes da cultura corporal de movimento, suporte de preceptores e docente orientadora e o desenvolvimento e a socialização da experiência formativa construída por dentro de uma política pública. Quanto aos desafios da experiência, destaca-se a disponibilidade fornecida pela escola de atuar apenas com o Ensino Fundamental II, o que dificultou a oportunidade de atuação nos demais segmentos da educação básica. Assim como planejar para a diversidade de estudantes que a escola abrange necessitou de um processo de adaptação contínuo, também reconhecemos como dificuldade a atuação com a prática hegemônica do conteúdo esporte, característica inerente ao contexto da Escola Militar, o que fez com que os outros conteúdos ficassem em detrimento quando comparado ao trato com esse. Logo, o PRP é uma iniciativa formativa que assume função social perante as significações, dicotomias e desafios da profissão docente, devendo auxiliar os futuros professores a refletirem criticamente sobre o seu campo de trabalho.