Em uma região profundamente marcada pela escravidão, o Negro se organizou em categoria e fundou sua Irmandade, para que tivesse representatividade social. E para tal foi erigida a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia do Alto da Cruz, no bairro de Antônio Dias, na Vila Rica de Minas Gerais, como espaço de prática e devoção religiosa. O presente estudo teve como objetivo identificar e Descrever a arte sacra de devoção africana existente dentro do ambiente religioso católico da Igreja, e suas particularidades no contexto escravista como forma de expressão e devoção dos cultos e rituais do povo negro. E para a execução dessa investigação, foram incorporadas as diretrizes metodológicas de consulta aos acervos bibliográficos, aos livros de compromissos, aos estatutos, livros de entradas de irmãos, o livro de despesas e receitas da Irmandade e demais documentações compostas pelas correspondências do período enviadas e recebidas de autoridades civis e eclesiásticas, ordens régias e alvarás, existentes nos acervos portugueses denominados: Arquivo Histórico Ultramarino e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo. E como resultando verificou-se que no citado templo religioso católico, em seu interior existe as reminiscência da cosmogonia africana, o que a torna uma obra de grande valor cultural e de representatividade social da população negra degredada nas terras mineiras no período de opulência advindas da extração do ouro. E para tal o presente projeto analisou a produção artística existente, relatando e descrevendo suas particularidades dentro do contexto histórico, documental, cultural e religioso. Foi considerado o recorte temporal do período de 1717 a 1785, que correspondeu a fundação da Irmandade e a construção da Igreja.