Vivemos em um mundo onde a heterogeneidade é notória, as diferenças culturais, sociais, religiosas, étnicas e de gênero são evidências da grande diversidade humana, surgindo a necessidade da compreensão do outro, pois compreender e aceitar a diferença humana é fundamental para o nosso relacionamento e aprendizado coletivo. Falar em diferença é bastante complexo, essa palavra transmite a ideia de algo que não se assemelha. Na verdade, esse termo tem sido muitas vezes utilizado como oposição à ideia de perfeito e imperfeito ou deficiência e eficiência. A concepção de diferença foi construída no decorrer dos tempos, baseada na distinção de um grupo social já formado, da dissemelhança do que para muitos é chamado de normalidade. Isso tem resultado em riscos às competências subjetivas de cada pessoa nesse processo. Nesse contexto, surge a necessidade da compreensão dessa diversidade para que as barreiras possam ser rompidas. Quando pensamos em barreiras, somos remetidos à ideia de obstáculos, dificuldades ou problemas que surgirão na vida e rompê-las pode tornar mais fácil as relações de convivência e aprendizado com o outro. Desse modo, quando a diferença está pautada na questão auditiva, podemos refletir nas dificuldades relacionadas à comunicação, levando à carência do aprendizado. Como expresso por Sacks (2010, p. 12), a falta da comunicação é uma calamidade, visto que a pessoa será levada à incapacidade e ao isolamento do mundo em que vive.