PESQUISAR EM MEIO À PANDEMIA DE COVID-19 TEM SIDO UM GRANDE DESAFIO, TANTO PELO MAL ESTAR QUE A SITUAÇÃO CAUSA NO PESQUISADOR/A, QUANTO TAMBÉM PELAS DIFICULDADES QUE O CAMPO APRESENTA AMPLIADA PELA SITUAÇÃO. DECIDI ENTÃO, APOSTAR NA RE-INVENTIVIDADE E ME DESBRAVAR NAS LENTES FEMINISTAS PARA RE-PENSAR A PESQUISA-INTERVENÇÃO ENQUANTO FERRAMENTA DE CONTRAPOSIÇÃO À PESQUISAS “DURAS” E ENGESSADAS PELO POSITIVISMO CIENTÍFICO E TAMBÉM PELO DISTANCIAMENTO FÍSICO EM DECORRÊNCIA DA PANDEMIA. O OBJETIVO DESSA PESQUISA É PENSAR DE QUE MODO OS FEMINISMOS DE SANDRA HARDING E DONNA HARAWAY PODEM CONTRIBUIR PARA RADICALIZAR A INVENTIVIDADE NA PESQUISA-INTERVENÇÃO. A PESQUISA-INTERVENÇÃO É UM FERRAMENTA QUE CONSISTE EM ESTUDAR COLETIVIDADES EM SUA DIMENSÃO QUALITATIVA, A QUAL VERSA SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA SEM DICOTOMIZAR O PESQUISAR DO “OBJETO”. ENQUANTO FERRAMENTA INTER(IN)VENTIVA, AS NOÇÕES DE “OBJETIVIDADE MAIOR” DE SANDRA HARDING E DE “SABERES LOCALIZADOS” DE DONNA HARAWAY CONTRIBUÍRAM PARA PENSAR UMA METODOLOGIA CORPORIFICADA, ISTO É, UMA RACIONALIDADE POSICIONADA, A FAVOR DE UM CONHECIMENTO SITUADO E LOCALIZADO COMO CONTRAPOSIÇÃO DOS MODOS DE PESQUISAR QUE AINDA PREGAM A (UTÓPICA) NEUTRALIDADE E HIERARQUIA CIENTÍFICA, PORTANTO, SABERES IRRESPONSÁVEIS. NESSE SENTIDO, APOSTAR NA PESQUISA-INTER(IN)VENÇÃO FEMINISTA É PRODUZIR UM ARTESANATO JUNTO A VOZES SUBJULGADAS, AS QUAIS TEM MAIOR PROBABILIDADE DE DENUNCIAR OS SISTEMAS DE PODER HEGEMÔNICOS E SEUS MECANISMOS DE MANUTENÇÃO OPRESSORES. É, PORTANTO, ESTAR EM CONSONÂNCIA COM UMA NOVA PRÁXIS DE PESQUISA, O POSICIONAMENTO ÉTICO-POLÍTICO DIANTE DA REALIDADE ESTUDADA E COM A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL.