O PRESENTE ARTIGO TEM COMO OBJETIVO REFLETIR SOBRE A REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO (MASCULINIDADES E FEMINILIDADES) NO FILME “A MULHER DE TODOS” (1969) DO CINEASTA CATARINENSE ROGÉRIO SGANZERLA. EM 1964, OS MILITARES DECRETARAM UM GOLPE DE ESTADO E IMPLEMENTARAM UMA DITADURA MILITAR QUE SE ESTENDEU ATÉ 1985. EM MEIO A ESSE CONTEXTO, OS ARTISTAS PASSARAM A ELABORAR EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COM O OBJETIVO DE QUESTIONAR O ESTADO DE EXCEÇÃO. NO CINEMA, EMERGIU O CINEMA NOVO, INSPIRADO PELO CINEMA EUROPEU, PARTICULARMENTE, A NOUVELLE VAGE E O NEORREALISMO ITALIANO. NO ANO DE 1968 EMERGE O CINEMA MARGINAL, INSPIRADO NO CINEMA NOVO. NESTE ANO, O ROGÉRIO SGANZERLA EXIBE SEU PRIMEIRO LONGA-METRAGEM “O BANDIDO DA LUZ VERMELHA”, NO ANO SEGUINTE, “A MULHER DE TODOS”. INTERESSO-ME ESTE ÚLTIMO. O FILME NARRA AS AVENTURAS SEXUAIS DE ANGELA CARNE E OSSO, UMA MULHER BRANCA MAGRA, LOIRA E BURGUESA, CASADA COM UM EMPRESÁRIO, DR. PLIRTZ, UM HOMEM BRANCO, OBESO, PROPRIETÁRIO DE UM TRUSTE QUE PRODUZ HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ) E É OBCECADO POR REGIMES NAZIFASCISTAS. AO VER O FILME, PERGUNTE-ME, COMO O FILME REPRESENTA AS MASCULINIDADES E FEMINILIDADES? A PERSONAGEM PRINCIPAL REIFICA A FEMINILIDADE HETEROSSEXUAL? O FILME CRITICA A HETEROSSEXUALIDADE COMPULSÓRIA? É POSSÍVEL IDENTIFICAR UM CRITICA O CAPITALISMO? PARA TAL, RECORRI ÀS TEORIAS PROPOSTAS PELAS FEMINISTAS QUEER TERESA DE LAURETIS E JUDITH BUTLER