ESTE ENSAIO TEÓRICO TEM COMO OBJETIVO DISCUTIR O TRABALHO INFORMAL DE CUIDADORAS DE PESSOAS COM DEMÊNCIA, A PARTIR DA REALIDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA, E PROPOR SUBSÍDIOS PARA UMA POLÍTICA QUE AS VALORIZEM. PARA TANTO, INVESTIGAMOS O MODO COMO A DINÂMICA DO CUIDADO INFORMAL ACIONA TEÓRICO-POLITICAMENTE NOÇÕES SOBRE GÊNERO, CLASSE E RAÇA, TOMADAS COMO DISPOSITIVOS DE ANÁLISE INTERSECCIONAL. NO PRIMEIRO MOMENTO ANALISAMOS O CONCEITO DE ‘CUIDADO INFORMAL’ ENQUANTO FUNÇÃO CULTURALMENTE FEMININA, NÃO REMUNERADA, QUE ACONTECE NA INVISIBILIDADE DOS LARES. EM SEGUIDA, LANÇAMOS UM OLHAR SOBRE O AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO VIVENCIADA PELAS CUIDADORAS EM DECORRÊNCIA DAS OPRESSÕES DE CLASSE E RAÇA. TAL ABORDAGEM POSSIBILITOU A REALIZAÇÃO DE UM DEBATE MAIS INCLUSIVO E VINCULADO ÀS DESIGUALDADES SOCIAIS EXISTENTES NA REALIDADE BRASILEIRA SOBRE O CUIDADO INFORMAL, APOSTANDO NA INSEPARABILIDADE ESTRUTURAL DO RACISMO, CAPITALISMO E PATRIARCADO. POR FIM, EVIDENCIOU-SE A PROBLEMÁTICA DO CUIDADO INFORMAL COMO UMA QUESTÃO NÃO APENAS DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM DEMÊNCIA COMO TAMBÉM ÀS CUIDADORAS FAMILIARES, DENUNCIANDO A URGÊNCIA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL QUE O VALORIZE COMO UMA ATIVIDADE REMUNERADA QUE GARANTE O FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA CAPITALISTA E SITUE AS MULHERES NO PORTFÓLIO DE AÇÃO SOCIAL DO ESTADO, COM POLÍTICAS PÚBLICAS TRANSVERSAIS, DE CARÁTER INTERSECCIONAL E ANTIDISCRIMINATÓRIO.