A história do Grupo Escolar Barão de Ceará-Mirim encontra-se intimamente ligada à implantação da Instrução Pública na cidade e também na Província do Rio Grande do Norte. O presente estudo focaliza a Cultura Escolar por meio da articulação das perspectivas cultural e institucional, pelas quais é possível configurá-la como realidade dialética e mutável. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, histórica e social pois pretende recuperar a memória de uma instituição de ensino que marcou profundamente a época da República Brasileira no Estado do RN. Sua realização tem como suporte a busca de fontes documentais e arquivísticas, leitura de imagens, fotografias, entrevistas com professores e alunos. Dessa forma, para compreender como ocorreu o processo de organização e expansão do ensino neste espaço institucional e as relações educacionais, políticas e culturais estabelecidas neste espaço, tomamos como recorte temporal da pesquisa, informações sobre a trajetória educacional na cidade a partir das Escolas de Primeiras Letras, das Casas de Instrução aos Grupos Escolares, que compreendem o período de 1880 a 1945, com o intuito de Investigar o fenômeno da cultura escolar entre o Período Imperial e a Era Vargas. O Estado da Arte pelo qual foi possível delinear tal apreensão histórica tornou necessário um estudo minucioso em documentos ainda existentes do arquivo escolar e em outras fontes de literaturas, documentos oficiais, como algumas das Actas Diurnas do Jornal “A República”, relatórios de diretores da instrução pública, leis, decretos, a literatura de Dominique Julia (2001), Viñao Frago (1995, 1998, 2005) e Maria Marta de Araújo (1979). Para apreensão da realidade sócio cultural do Período Imperial tomamos como base o Livro Oiterio: Memórias de uma sinhá moça (ANTUNES, 2003). O conjunto de narrativas e dados coletados apontaram mudanças sofridas pela escola no decorrer de cada período. Inicialmente a escola esteve atrelada aos interesses políticos da sociedade sendo altamente seletiva, excludente e evoluiu de acordo com tais interesses. Chegamos à conclusão que, apesar das ocorrências específicas para cada tempo histórico, na instituição escolar residem práticas, conflitos, mediações e comportamentos específicos para os frequentadores, constituindo, portanto, relações culturais que perduram até os dias atuais.