SILVA, Rosimere Andrade Da et al.. A escola normal e a literatura nas escolas campo. Anais I CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/6712>. Acesso em: 27/11/2024 23:59
Trata-se o presente de um projeto conjunto com os alunos da Escola Normal Cassiano Ribeiro Coutinho, localizada na cidade de Sapé-PB, distante cerca de 50 km da capital João Pessoa. O mesmo foi desenvolvido com as quatro séries do ensino profissionalizante em educação. Onde através deste pretendeu-se estimular o gosto e prazer pela leitura, ao buscar novas alternativas que despertassem a criticidade do aprendente/leitor, assim diferenciando-o do ledor. Este exercício, o qual deve ser feito de forma contínua, encontra maior impasse dentro do seio familiar por não ter sido o jovem, estimulado desde a infância a participar destas atividades que em muito contribuem para a formação do cidadão crítico e reflexivo. A falta de gosto pela leitura tem sido um dos grandes entraves para um melhor aproveitamento das aulas de Língua Portuguesa, bem como tem dificultado o entendimento de outras disciplinas como a Geografia e História e até mesmo em áreas não tão afins, como Matemática, Física, Química e outras. O presente projeto é constituído de algumas etapas, que vão desde a distribuição e leitura dos livros em sala de aula, até a culminância que a depender do ano onde o aprendente está inserido, poderá acontecer na própria sala de aula tendo como público os próprios colegas de sala (1º e 2º anos do magistério) ou apresentação na ENECRC para crianças da escola laboratório Stella da Cunha Santos, os quais são trazidos pelas professoras à ENECRC para assistirem a narração e encenação de estórias e histórias (3º ano e 4º ano do fundamental I). O mesmo ocorre nas demais escolas campo que acolhem os estagiários. O projeto mobiliza pessoas dentro e fora da escola, uma vez que a leitura se faz presente através de textos variáveis, que vão desde os simples e conhecidos como o Patinho Feio até contos fantásticos de linguagem mais aprimorada e assombrada como O pacto maldito e outras histórias de morte, ficção se funde à realidade para recriar a fantasia do ser criança, habitar o imaginário, fazer viajar. Infelizmente grande parte dos professores prefere estimular as correções gramaticais através de ditados; cópias extensas; leitura de frases soltas; se apegam demais aos apetrechos da beleza da língua esquecendo-se que, sem ler é impossível escrever bem, sem gostar de ler é impossível fazer as duas coisas. O projeto beneficiou diretamente cerca de 180 alunos, entretanto a quantidade de ouvintes participantes indiretos do projeto, ou seja, as crianças das escolas campo, no caso a ESCS, em especial, e as demais escolas do município onde os alunos do magistério estagiam, a soma desses números pode ultrapassar a cifra de 500 alunos do fundamental I, que ouviram as narrativas, se encantaram com o ato da contação e com as representações destas através de fantoches, esquetes e outras formas de interpretação. Este projeto foi vencedor do Prêmio Mestres da Educação edição 2012, recebeu uma Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Sapé, uma de nossas alunas participou da Olimpíada de Língua Portuguesa.