Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

A EXPERIÊNCIA FORMATIVA VIVENCIADA NO MAISPAIC: SIGNIFICADOS E SENTIDOS DE PROFESSORES DO 2º ANO DO MUNICÍPIO DE IGUATU – CE

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O estado do Ceará foi pioneiro em instituir um programa para "corrigir" os índices de alfabetização, através do programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC). O PAIC objetiva, principalmente, ofertar aos municípios formação continuada aos professores do ensino fundamental e apoio a gestão escolar. O programa iniciou em 2007 tendo como meta principal a garantia da alfabetização dos alunos matriculados até o 2º ano do ensino fundamental. Em 2011 ampliou para o PAIC +5, abrangendo ações para o ensino de Matemática e estendendo as ações do programa até o 5º ano do ensino fundamental. Por fim, em 2015 houve a última ampliação, incluindo todo o ensino fundamental, passando a se chamar MAISPAIC. Considerando que o programa MAISPAIC atrela à formação recebida aos resultados dos alunos nas avaliações, surge a necessidade de ouvir os professores sobre essa situação. Nesse sentido, emergem algumas indagações: como os professores significam a formação recebida pelo MAISPAIC? A formação tem contribuído para a prática dos professores participantes? Assim, o presente trabalho tem por objetivo compreender como professores de 2º ano do Ensino Fundamental, da rede pública de Iguatu - CE, significam a formação recebida pelo MAISPAIC. A escolha por realizar a pesquisa junto aos professores do 2º ano se justifica em função da formação específica que é destinada ao docente desse ano de ensino, tendo em vista que no 2º ano os estudantes são submetidos a avaliação externa. Tal situação resulta em pressão e exigências ao professor, pois, muitas vezes, o sucesso ou insucesso na alfabetização dos alunos, é atribuído ao docente. A Educação e a formação de professores são proclamadas, no discurso político atual, como áreas estratégicas na promoção do desenvolvimento social de um mundo globalizado. Giroux (1997) já apregoava a ideia de que o apelo por mudança educacional aparece ao mesmo tempo como ameaça e desafio, tendo precedentes históricos. Neste sentido, exige-se que a escola prepare seus alunos para atuarem em consonância com a moderna tecnologia, ao mesmo tempo em que deve atender a um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Por outro lado, Fernandes (2000) assinala que a pressão para a mudança origina outras concepções de educação e formação, alterando o conceito de escola. Ante a pluralidade e a complexidade exigidas no fazer docente, são atribuídos "superpoderes" aos professores. Confere-se ao docente a responsabilidade de resolver problemas que deveriam ser trabalhados no âmbito da família ou do próprio Estado, como bem adverte Formosinho (2009). Nesse contexto, emergem elementos que fragilizam o modo dos professores se reconhecerem, repercutindo diretamente em sua atuação profissional. Consoante Contreras (2012), a intensificação do trabalho docente leva à desqualificação intelectual, à degradação das habilidades e das competências profissionais, uma vez que o trabalho do professor fica restrito às inúmeras tarefas que precisa realizar. Os discursos políticos, nos seus variados conteúdos, assinalam nessa direção. A investigação buscou apoiou numa perspectiva qualitativa, de caráter exploratório e ouviu duas professoras do 2º ano do Ensino Fundamental do município de Iguatu - CE. Para a coleta dos dados elaborou-se um roteiro de entrevista contendo 5 (cinco) perguntas. Buscando compreender como as professoras entrevistadas significam a formação recebida pelo MAISPAIC, emergiram de suas falas as categorias: "relação com a prática docente"; "diálogo com os pares" e "estratégias formativas". As categorias foram analisadas na interlocução com diferentes autores especialmente Antônio Nóvoa, Francisco Imbernón e Bernadeth Gatti. As falas das professoras entrevistadas evidenciam que a formação vivenciada no MAISPAIC tem se revelado importante em seus processos formativos, possibilitando elementos para enriquecer a prática docente, a partilha de saberes e o diálogo com os seus pares. As docentes enxergam as formações ofertadas como relevantes para o exercício da prática docente, ressaltando a oportunidade de conhecer e construir materiais didáticos diversificados. Também relatam que os encontros têm possibilitado a interação e a partilha entre os envolvidos, o que tem favorecido maior reconhecimento de si como pessoa e profissional, elementos que fortalecem a identidade docente. Ao se referirem a importância da formação para a prática docente, as professoras parecem entender que a prática está associada a atividades isoladas, nenhuma das entrevistas referiu-se a estudos que contribuíram para compreender os processos de aprendizagem de seus alunos. Também não foi mencionado, por nenhuma das docentes, espaço para reflexão sobre a atuação docente, dando a impressão, que a formação se constitui de ações eminentemente práticas, sem aprofundamento teórico. De um modo geral, as entrevistadas significam de maneira positiva, os momentos formativos vivenciados no MAISPAIC."
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A formação tem contribuído para a prática dos professores participantes? Assim, o presente trabalho tem por objetivo compreender como professores de 2º ano do Ensino Fundamental, da rede pública de Iguatu - CE, significam a formação recebida pelo MAISPAIC. A escolha por realizar a pesquisa junto aos professores do 2º ano se justifica em função da formação específica que é destinada ao docente desse ano de ensino, tendo em vista que no 2º ano os estudantes são submetidos a avaliação externa. Tal situação resulta em pressão e exigências ao professor, pois, muitas vezes, o sucesso ou insucesso na alfabetização dos alunos, é atribuído ao docente. A Educação e a formação de professores são proclamadas, no discurso político atual, como áreas estratégicas na promoção do desenvolvimento social de um mundo globalizado. Giroux (1997) já apregoava a ideia de que o apelo por mudança educacional aparece ao mesmo tempo como ameaça e desafio, tendo precedentes históricos. Neste sentido, exige-se que a escola prepare seus alunos para atuarem em consonância com a moderna tecnologia, ao mesmo tempo em que deve atender a um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Por outro lado, Fernandes (2000) assinala que a pressão para a mudança origina outras concepções de educação e formação, alterando o conceito de escola. Ante a pluralidade e a complexidade exigidas no fazer docente, são atribuídos "superpoderes" aos professores. Confere-se ao docente a responsabilidade de resolver problemas que deveriam ser trabalhados no âmbito da família ou do próprio Estado, como bem adverte Formosinho (2009). Nesse contexto, emergem elementos que fragilizam o modo dos professores se reconhecerem, repercutindo diretamente em sua atuação profissional. Consoante Contreras (2012), a intensificação do trabalho docente leva à desqualificação intelectual, à degradação das habilidades e das competências profissionais, uma vez que o trabalho do professor fica restrito às inúmeras tarefas que precisa realizar. Os discursos políticos, nos seus variados conteúdos, assinalam nessa direção. A investigação buscou apoiou numa perspectiva qualitativa, de caráter exploratório e ouviu duas professoras do 2º ano do Ensino Fundamental do município de Iguatu - CE. Para a coleta dos dados elaborou-se um roteiro de entrevista contendo 5 (cinco) perguntas. Buscando compreender como as professoras entrevistadas significam a formação recebida pelo MAISPAIC, emergiram de suas falas as categorias: "relação com a prática docente"; "diálogo com os pares" e "estratégias formativas". As categorias foram analisadas na interlocução com diferentes autores especialmente Antônio Nóvoa, Francisco Imbernón e Bernadeth Gatti. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

No Brasil, especialmente desde os anos 1990, as iniciativas no campo da formação docente se acentuam consideravelmente. De acordo com Silva (2007), no entanto, a centralidade conferida aos professores e à sua formação no contexto das políticas educacionais implantadas nos últimos anos é mais no sentido de garantir a expansão quantitativa da formação de professores do que de valorização do seu pensar, do seu sentir e de seus valores como aspectos importantes para se compreender os desafios de seu trabalho e, por conseguinte, para investir em condições que favoreçam sua melhoria e a qualidade do ensino. Dentre as diversas políticas que objetivam favorecer formação docente, destaca-se a formação ofertada aos professores da Educação Básica, através do Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), programa que visa cumprir a meta 5 do Plano Nacional da Educação (PNE). O estado do Ceará foi pioneiro em instituir um programa para "corrigir" os índices de alfabetização, através do programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC). O PAIC objetiva, principalmente, ofertar aos municípios formação continuada aos professores do ensino fundamental e apoio a gestão escolar. O programa iniciou em 2007 tendo como meta principal a garantia da alfabetização dos alunos matriculados até o 2º ano do ensino fundamental. Em 2011 ampliou para o PAIC +5, abrangendo ações para o ensino de Matemática e estendendo as ações do programa até o 5º ano do ensino fundamental. Por fim, em 2015 houve a última ampliação, incluindo todo o ensino fundamental, passando a se chamar MAISPAIC. Considerando que o programa MAISPAIC atrela à formação recebida aos resultados dos alunos nas avaliações, surge a necessidade de ouvir os professores sobre essa situação. Nesse sentido, emergem algumas indagações: como os professores significam a formação recebida pelo MAISPAIC? 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Neste sentido, exige-se que a escola prepare seus alunos para atuarem em consonância com a moderna tecnologia, ao mesmo tempo em que deve atender a um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Por outro lado, Fernandes (2000) assinala que a pressão para a mudança origina outras concepções de educação e formação, alterando o conceito de escola. Ante a pluralidade e a complexidade exigidas no fazer docente, são atribuídos "superpoderes" aos professores. Confere-se ao docente a responsabilidade de resolver problemas que deveriam ser trabalhados no âmbito da família ou do próprio Estado, como bem adverte Formosinho (2009). Nesse contexto, emergem elementos que fragilizam o modo dos professores se reconhecerem, repercutindo diretamente em sua atuação profissional. 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