Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

PORTIFÓLIO AUTOBIOGRÁFICO ILUSTRADO: UMA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA EM PROL DA FORMAÇÃO DOCENTE

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O portfólio como facilitador do processo de ensino-aprendizagem representa [...] um continente de diferentes tipos de documentos [...] que proporcionam evidências do conhecimento que foram sendo construídos, as estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o elabora para continuar aprendendo. (HERNÁNDEZ, 2000, p.166). A proposta configurou-se numa perspectiva qualitativa que [...] aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações, médias e estatísticas (MINAYO, 2003, p. 22) e originou-se de diversas inquietações geradas no cotidiano da prática pedagógica pertinentes à construção dos saberes docentes, identidade profissional e aprendizagem significativa. Com esse propósito foram estabelecidos os seguintes objetivos: despertar os futuros docentes para uma aprendizagem significativa dos conteúdos da disciplina; refletir sobre o caráter afetivo e social da profissão docente e entender a importância de uma avaliação dialética e dialógica construída ao longo do percurso. Nesse contexto educacional, o uso do portifólio assume os princípios formulados por Villas Boas (2004) quando defende que o estudante precisa enxergar-se como sujeito protagonista do seu desenvolvimento criativo, crítico e autônomo, corroborando com Josso (2004) ao discutir que o movimento autorreflexivo, possibilita ao sujeito reforçar seus recursos, fragilidades, desejos e projetos. Para tanto, foram utilizadas como base pelos acadêmicos as histórias de vida e autorreflexão sobre o processo de formação, considerando não apenas a descrição-narrativa dos fatos, mas sua interpretação a partir dos conceitos teóricos estudados pautados nas contribuições de Tardif (2002), Schön (2000), Freire (2011), Saviani (2008), entre outros. Os encaminhamentos foram apresentados aos alunos no início do semestre letivo e ao longo do período aconteceram diversos momentos para leitura, orientação e seleção do material; foi recomendado aos mesmos que fossem criativos e dinâmicos na estética do trabalho, utilizando fotografias, legendas e objetos que ilustrassem suas memórias de forma significativa. Os trabalhos poderiam ser impressos, manuscritos e em mídias digitais, dentro do seguinte esquema: construção de memorial reflexivo contextualizando sua origem, fases do desenvolvimento e experiências que marcaram sua trajetória de vida; descrição de possíveis influenciadores (educadores) que foram referências para a escolha da profissão; perspectivas de projetos profissionais após a graduação e finalmente, as considerações acerca desse instrumento de aprendizagem. Considerando que os respectivos trabalhos foram direcionados como atividade avaliativa final da disciplina, criou-se um momento especial para a socialização de aspectos gerais identificados nas produções em sala de aula, bem como uma devolutiva analítica, singular e pessoal para cada participante, permitindo através desse feedback que os acadêmicos pudessem refletir sobre aspectos positivos e negativos vivenciados, sobre os níveis de conhecimentos e dificuldades narradas e percorrer caminhos diferentes rumo aos objetivos traçados. Através dessa prática foi possível perceber entre outras habilidades, que o portifólio constituiu-se como uma importante ferramenta de aprendizagem reflexiva para todos os envolvidos; aos futuros docentes, além de resgatar uma dimensão afetiva dos processos formativos e autoconhecimento, pode despertar para a valorização da profissão e a responsabilidade com a própria profissionalidade. Enquanto para a docente da disciplina, propiciou um exercício de autocrítica sobre as inúmeras possibilidades avaliativas que nem sempre são priorizadas, mas que nos aproximam melhor da realidade do aluno e despertam para a necessidade de um movimento constante em prol da construção de saberes necessários à docência e uma aprendizagem significativa. Nesse sentido, Tardif (2008) pontua que a atividade docente não apresenta somente um objeto do saber das ciências da educação, mas mobiliza diversos saberes denominados de pedagógicos, provenientes de reflexões sobre a prática educativa no sentido amplo da palavra. Finalmente, o portfolio é uma proposta metodológica adequada para extrair as potencialidades subjetivas dos alunos, porém precisa ser bem direcionada e alimentada com uma base científica adequada para não se resumir em uma atividade fim, pressupondo-se como um suporte relevante para o desenvolvimento pessoal e profissional dos atores envolvidos. Palavras-chave: Portifólio. Aprendizagem. Formação. Referências FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011. HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Trad. Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre : Artmed, 2000. JOSSO, Marie. Christine. Experiências de Vida e Formação. Trad. José Claudino e Júlia Ferreira. São Paulo: Cortez, 2007. MINAYO, Marília Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. SAVIANI, Dermeval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. 2. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2008. SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: ARMED, 2000. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 2004."
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Para tanto, foram utilizadas como base pelos acadêmicos as histórias de vida e autorreflexão sobre o processo de formação, considerando não apenas a descrição-narrativa dos fatos, mas sua interpretação a partir dos conceitos teóricos estudados pautados nas contribuições de Tardif (2002), Schön (2000), Freire (2011), Saviani (2008), entre outros. Os encaminhamentos foram apresentados aos alunos no início do semestre letivo e ao longo do período aconteceram diversos momentos para leitura, orientação e seleção do material; foi recomendado aos mesmos que fossem criativos e dinâmicos na estética do trabalho, utilizando fotografias, legendas e objetos que ilustrassem suas memórias de forma significativa. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

PORTIFÓLIO AUTOBIOGRÁFICO ILUSTRADO: uma construção dialética em prol da formação docente Quitéria Costa de Alcântara Oliveira E-mail: quiteria@ifto.edu.br Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins - IFTO Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores Resumo Um dos maiores desafios para os professores de licenciatura atualmente é implementar metodologias pedagógicas inovadoras que consigam relacionar teoria e prática, despertando nos futuros docentes uma visão crítico-reflexiva, valorização e gosto pela profissão. Este trabalho tem como finalidade relatar a utilização do portfólio autobiográfico ilustrado como estratégia formativa da disciplina de Didática dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e em Computação ofertados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins- IFTO, Campus Araguatins, localizado no Município de Araguatins-TO. O portfólio como facilitador do processo de ensino-aprendizagem representa [...] um continente de diferentes tipos de documentos [...] que proporcionam evidências do conhecimento que foram sendo construídos, as estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o elabora para continuar aprendendo. (HERNÁNDEZ, 2000, p.166). A proposta configurou-se numa perspectiva qualitativa que [...] aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações, médias e estatísticas (MINAYO, 2003, p. 22) e originou-se de diversas inquietações geradas no cotidiano da prática pedagógica pertinentes à construção dos saberes docentes, identidade profissional e aprendizagem significativa. Com esse propósito foram estabelecidos os seguintes objetivos: despertar os futuros docentes para uma aprendizagem significativa dos conteúdos da disciplina; refletir sobre o caráter afetivo e social da profissão docente e entender a importância de uma avaliação dialética e dialógica construída ao longo do percurso. Nesse contexto educacional, o uso do portifólio assume os princípios formulados por Villas Boas (2004) quando defende que o estudante precisa enxergar-se como sujeito protagonista do seu desenvolvimento criativo, crítico e autônomo, corroborando com Josso (2004) ao discutir que o movimento autorreflexivo, possibilita ao sujeito reforçar seus recursos, fragilidades, desejos e projetos. Para tanto, foram utilizadas como base pelos acadêmicos as histórias de vida e autorreflexão sobre o processo de formação, considerando não apenas a descrição-narrativa dos fatos, mas sua interpretação a partir dos conceitos teóricos estudados pautados nas contribuições de Tardif (2002), Schön (2000), Freire (2011), Saviani (2008), entre outros. Os encaminhamentos foram apresentados aos alunos no início do semestre letivo e ao longo do período aconteceram diversos momentos para leitura, orientação e seleção do material; foi recomendado aos mesmos que fossem criativos e dinâmicos na estética do trabalho, utilizando fotografias, legendas e objetos que ilustrassem suas memórias de forma significativa. Os trabalhos poderiam ser impressos, manuscritos e em mídias digitais, dentro do seguinte esquema: construção de memorial reflexivo contextualizando sua origem, fases do desenvolvimento e experiências que marcaram sua trajetória de vida; descrição de possíveis influenciadores (educadores) que foram referências para a escolha da profissão; perspectivas de projetos profissionais após a graduação e finalmente, as considerações acerca desse instrumento de aprendizagem. 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