Este artigo está atrelado aos projetos de pesquisa O Movimento de Educação para Todos e a crítica marxista, concluído no início de 2011; e O complexo da educação e a educação ambiental para a sustentabilidade do capitalismo contemporâneo, desenvolvidos no Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário – IMO da Universidade Estadual do Ceará. Partindo de uma análise teórico-bibliográfica, demonstramos a necessidade e urgência de confluir o debate e a análise da crise ambiental à perspectiva radical da filosofia materialista histórico dialética, destacando a teoria marxiana e seus fundamentos onto-filosóficos como perspectiva norteadora de uma análise da produção capitalista em sua totalidade, desvelando a essência dos problemas ambientais que assolam a sociedade. Nesse intuito, discorremos sobre o metabolismo entre homem e natureza e a deformação deste na sociedade capitalista, denominada por Marx de “falha metabólica”, corroborando que as consequências dessa ruptura, põem em risco tanto a natureza como o ser humano. Perpassamos ainda, brevemente, sobre os movimentos “verdes”, vinculados à teoria pós-moderna, que fazem uma análise culturalista da realidade, evidenciando seus limites teóricos e práticos, propostos dentro da sociedade orientada para acumulação do lucro, descortinando, ademais, seu caráter reformista e mistificador. Nesse sentido, compreendemos que uma relação harmônica entre homem e natureza, em uma sociedade fundamentada na exploração do homem pelo homem, é impraticável, sendo necessária a superação da ordem produtiva atual como opção radical de transformação das relações sociais, tendo como condição sine qua non para emancipação humana o trabalho livre e associado instaurado por uma revolução socialista.