CASTILLO, Leila De Almeida et al.. Trote acolhedor como estratégia de recepção estudantil. Anais V CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/49140>. Acesso em: 22/11/2024 03:08
Este trabalho versa sobre o ritual do trote na passagem do Ensino Fundamental da Educação Básica para a primeira série do Ensino Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, analisando às expressões de violência e acolhimento entre estudantes em regime de residência. Pretende-se compartilhar a prática do trote acolhedor e não violento, desenvolvido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - IFRS, campus Sertão, como um novo modelo que busca o acolhimento dos/as ingressantes na Instituição; portanto, nossa intenção é o relato desta experiência, ocorrida nos ingressos de estudantes em 2017 e 2018. Sobre as especificidades desta instituição, é preciso recordar que as Escolas Agrotécnicas no Brasil atuam desde o período do Império, com a instituição da primeira Escola em 1859 e, partir da criação dos IFs, em 2008, instituídas como Institutos Federais através da Lei Federal 11892/20081. Apesar destas transformações, os IFs não se assemelham ao ensino superior e entre as diferenças, quer-se destacar a possibilidade e a responsabilidade do regime de internato ou as residências estudantis como condições fundamentais para a garantia da permanência dos estudantes no campus. Entre outras razões, esta condição é decorrente do fato de outros grupos de estudantes que não somente aqueles/as oriundos/as do interior e de pequenas famílias de agricultores/as passaram a ingressar na Instituição, o que também motivou desdobramentos como conflitos de interesses e de entendimento sobre o que venha a ser um/a técnico/a em agropecuária. Assim, o que se observa é que a escola técnica passa a exigir um olhar especifico sobre sua realidade. O trabalho que se apresenta é parte de uma investigação de Doutorado em Educação que adota os procedimentos metodológicos de uma pesquisa qualitativa, em desenvolvimento junto ao IFRS campus Sertão. O relato é (re)constituído a partir da análise documental dos diários de registros e relatórios produzidos pelos professores que acompanharam as atividades dos “trotes solidários” nos ingressos de estudantes em 2017 e 2018. Para tanto, foram utilizados os pressupostos da Análise de Conteúdo de Bardin (2018), considerando a organização dos materiais a partir de uma pré-análise que se iniciou pela leitura flutuante dos diários e relatórios; exploração do material, constituindo as codificações e sua categorização. São categorias neste relato de experiência o acolhimento, a permanência e as relações sociais.