O presente artigo visa apresentar e discutir algumas das práticas artístico-pedagógicas que desenvolvi como estagiaria docente, junto ao professor de história, na Escola Familiar Agrícola Paulo Freire, em torno da autonomia na organização do tempo e espaço no contexto do aprendizado interdisciplinar que caracteriza a proposta da escola. Práticas baseadas na Pedagogia da Alternância e na Educação Popular, desde a década de 60, singularizam o ensino-aprendizagem das escolas familiares agrícolas voltadas aos saberes do campo, principalmente os saberes relativos à terra e à organização coletiva. Desta maneira, a EFA Paulo Freire, ainda que considerada como escola formal, apresenta caráter não formal, culminando na busca pela autonomia através de ações organizadas - definir as aulas, os horários, quem cuidará da horta, dos animais, da biblioteca, do café, da mística, etc. - e realizadas por todos (as) de forma rotativa, bem como por meio do estimulo à livre criação. Neste sentido, pretende-se apresentar a própria estrutura físico-ideológica da escola como potencializadora do processo educativo, não restringindo as aulas de arte à sua dimensão técnica e ressaltando sua importância para a percepção/construção dos conceitos/conhecimentos pelos sujeitos educacionais, uma vez integrada aos demais saberes.