O hábito de empregar plantas no restabelecimento da saúde pelos próprios membros da comunidade, comum a todos os povos e quase esquecido por décadas, vem, nos últimos anos, se tornando cada vez mais intenso em todo o mundo civilizado, inclusive no Brasil. Schinopsis brasiliensis Engler é uma espécie nativa do Brasil, com distribuição nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, sendo considerada típica da Caatinga. No Nordeste do Brasil é conhecida popularmente como “braúna” ou “baraúna”, e empregada na medicina popular no tratamento de inflamações, gripe, febre, tosse, em problemas respiratórios, dentre outros. Quimicamente, possui flavonoides, fenóis, taninos e triterpenos, extraídos principalmente da casca e entrecasca. Apesar da importância, os estudos sobre o potencial farmacológico de S. brasiliensis ainda são escassos. Deste modo, foi realizada uma revisão da literatura com o objetivo de examinar as atividades biológicas desta espécie, em ensaios pré-clínicos, analisar e sintetizar as informações existentes sobre essa planta. A revisão contemplou artigos originais, teses e dissertações, consultadas nas bases de dados Lilacs, Pubmed, Scielo, Science Direct e Google Acadêmico, no período de 2007 a 2017, nos idiomas português e inglês, através de uma combinação dos seguintes descritores: “S. brasiliensis”, “atividade”, “extrato”, “medicinal” e “fitoquímica”. Foram selecionados 20 documentos, sendo 11 artigos, 1 tese e 8 dissertações, cujos estudos apontam para as seguintes atividades biológicas de Schinopsis brasiliensis: anticolinesterásica, antifúngica, anti-inflamatória, antimicrobiana, antinociceptiva, antioxidante, citotóxica, fotoprotetora, larvicida, moluscicida, mutagênica e neuroprotetora. De acordo com os estudos desenvolvidos, as ações antimicrobiana e antioxidante de S. brasiliensis são as que mais se destacam, especialmente em extratos da folha, sendo sugerido como responsáveis por tais atividades a elevada quantidade de compostos fenólicos presente nestas. Evidencia-se, portanto, a necessidade de estudos adicionais que visem avaliar outros efeitos relatados, bem como a busca de compostos biologicamente ativos responsáveis por estas atividades. O presente estudo mostra que a braúna, cujas atividades farmacológicas têm sido bem relatadas, apresenta um grande potencial e se mostra promissora para o desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos.