INTRODUÇÃO: O manejo clínico de lesões de pele sempre foi uma atribuição dos profissionais de enfermagem presente no seu processo de trabalho, bem como na sua formação acadêmica. Compreende-se que o cuidado de feridas, em geral envolve não só propriamente a lesão, mas inúmeros fatores relacionados ao indivíduo, dentre estes é importante considerar o paciente idoso em toda dimensão biopsicossocial, uma vez que no envelhecimento alterações fisiológicas consideradas normais ocorrem, no entanto podem torná-los vulneráveis para o risco de integridade da pele prejudicada¹. Nesse sentido, as feridas crônicas em idosos representam um grave problema de saúde pública, uma vez instaladas no paciente, além de causar muita dor e sofrimento, podem gerar danos irreversíveis que aumentam significativamente os custos para a saúde. OBJETIVO: relatar a vivência acadêmica desenvolvida em um hospital universitário acerca das condutas dos profissionais de enfermagem na avaliação das feridas em idosos e do processo de tomada de decisão para seus respectivos tratamentos. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido na Clínica Médica de um hospital escola na cidade de João Pessoa/PB, oportunizado através de estágios práticos de acadêmicas do curso de enfermagem da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). As atividades integraram o cronograma da componente curricular Avaliação e Tratamento de Feridas, realizadas durante o período de novembro de 2012 a abril de 2013. Sob a supervisão de uma enfermeira docente e de enfermeiros plantonistas do hospital, a experiência partiu da observação e da realização de curativos em idosos com feridas crônicas. RESULTADOS: Anteriormente as práticas hospitalares, aulas teóricas foram ministradas com o intuito de alicerçar conhecimentos, importantes para o norteamento e reflexão das acadêmicas acerca da responsabilidade da enfermagem quanto ao desenvolvimento de planos de cuidados ao paciente com ferida crônica, como também à melhoria das condições de tratamento. Durante a prática, percebe-se que para realização de curativos em idosos, os enfermeiros buscam considerar as necessidades individuais, os fatores de risco que estão interferindo no processo de cicatrização, sejam eles intrínsecos ou extrínsecos, avaliam as condições da ferida, a localização, o tamanho, a pele perilesional, o leito e as bordas da lesão, presença de exsudato ou necrose e a partir das evidências clínicas e dos recursos disponíveis no serviço planejam intervenções objetivando a cura e a prevenção da reincidência das lesões, considerando a escolha correta da cobertura e a técnica adequada, avaliam a necessidade de reajustes de acordo com a evolução da ferida. O cuidado constante realizado pela enfermagem favorece ao idoso e aos cuidadores à adesão ao tratamento através da orientação para realização dos curativos no domicílio e pelo incentivo ao autocuidado, visando à autonomia do cliente sobre seu estado de saúde. CONCLUSÃO: A vivência por meio do cuidado direto e alicerçado na teoria, possibilitou a aplicação de planos de cuidados particularizados, conforme a necessidade de cada idoso, visando sua recuperação. Vale ressaltar que o cuidado integral do ser idoso depende não apenas da cicatrização da ferida crônica, mas, principalmente da prevenção dessas lesões, o que irá contribuir para uma melhor qualidade de vida.