INTRODUÇÃO: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) na terceira idade envolve uma questão sócio-cultural precedida de muitos medos, tabus e conceitos que envolvem o sexo nessa idade e precisam ser desmistificados. Os mais velhos devem ser enxergados como indivíduos que possuem desejos, necessidades sexuais e fazem projetos para o futuro. A prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e do HIV entre os idosos é algo muito complicado e representa um desafio para as políticas de atenção à saúde, que concentram sua atenção na população jovem. OBJETIVO: Este estudo se propôs a descrever, por meio de uma revisão sistemática, de que forma o HIV interfere no processo do envelhecimento. METODOLOGIA: O presente estudo compreende uma revisão sistemática da literatura, realizada de fevereiro a abril de 2013, onde foram selecionados artigos publicados em periódicos indexados nas seguintes bases de dados: LILACS e SciELO. Utilizando os descritores do DECs (Descritores em Ciência da Saúde): “HIV” e “envelhecimento” e, em seguida, levando em consideração os critérios de inclusão como serem artigos científicos publicados em periódicos nacionais, no período de 2002 a 2013 e estarem disponíveis na íntegra. Foram encontrados 30 artigos, sendo 23 publicações na LILACS e 7 na SciELO, e destes 4 e 3 respectivamente, atenderam aos critérios de inclusão, totalizando 7 produções. RESULTADOS: Ao investigar os sete artigos sobre “A presença do HIV no processo de envelhecimento”, observou-se que os anos de 2007 e 2011 se destacaram, com 2 produções em cada ano. Em relação aos periódicos, a Revista Brasileira de Epidemiologia se sobressaiu com 3 publicações. O desenvolvimento dos estudos se deu, em sua maioria, na região Sudeste, seguido da região Nordeste, com 4 e 2 estudos, respectivamente. A epidemia da AIDS na faixa etária de 50 a 70 anos tem evidenciado um aumento gradativo, e não vem se estabilizando como em outras faixas etárias. A transmissão heterossexual constitui a mais importante forma de contágio na terceira idade e a falta de conhecimento dos profissionais de saúde faz com que o HIV em idosos só seja diagnosticado depois de uma investigação extensa e por exclusão de todas as outras doenças, atrasando o tratamento. Os idosos, também por falta de informação, julgam-se imunes ao vírus, e quando descobrem a doença apresentam sentimentos de culpa, medo, rejeição, estigma e preconceito. CONCLUSÃO: Foi possível perceber que essa problemática introduz a discussão de valores sociais e culturais. Sendo necessária a realização de ações de prevenção do HIV em idosos, quebrando os tabus da sexualidade na terceira idade, bem como ajudar os já acometidos a enfrentar a doença, pois apesar dos medos e das dificuldades de convivência com alguns elementos estressores da doença, o desejo de viver e de aproveitar a vida devem ser preservados.