INTRODUÇÃO: Os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pessoas com prognóstico limitado, cuja doença não tem perspectiva de cura. Tais cuidados são prestados principalmente pela equipe de enfermagem, porém devem ser articulados e interdisciplinares, pois buscam o tratamento não só de problemas físicos, como também psicossociais e espirituais, baseando-se no alívio dos sintomas e da dor; apoio psicológico, emocional e espiritual; preparo para o fim da vida e apoio à família durante o processo de doença terminal. Entretanto, durante a prestação de cuidados paliativos, especialmente aos indivíduos idosos, os profissionais podem se deparar com situações complexas relacionadas à idade do paciente e à necessidade de tomar decisões éticas. Este trabalho objetiva, então, refletir sobre a perspectiva ética frente aos cuidados paliativos ao idoso. MÉTODOS: Trata-se do relato de experiência de enfermeiras na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital universitário norteriograndense e no setor de reanimação de um hospital de urgência e emergência de Natal, Rio Grande do Norte. RELATO DA EXPERIÊNCIA: Os principais problemas éticos relacionados à prestação de cuidados paliativos ao idoso e vivenciados na prática de enfermagem nos cuidados de terapia intensiva e na reanimação estavam relacionados principalmente às decisões sobre a omissão ou suspensão de tratamentos, como: medidas de suporte ventilatório; suspensão da alimentação, hidratação ou sedação; decisão sobre não reanimar; e comunicação da verdade acerca do prognóstico ao paciente/família. Foram comuns também as divergências entre a vontade expressa pelo paciente e pelos familiares, bem como o posicionamento dos profissionais frente à idade avançada do paciente. CONCLUSÕES: Na prestação de cuidados paliativos ao idoso, deve prevalecer, conforme sua capacidade cognitiva, a autonomia da pessoa doente diante do planejamento de cuidados. Os cuidados paliativos remetem ao princípio ético da integridade e à abordagem holística, na qual a enfermagem está centrada, e são necessárias discussões entre os membros da equipe acerca desta prática, que se constituiu como fundamental para o paciente que possui expectativa de vida limitada.