A partir de 1937 uma ruptura política marcou a história do Brasil, com a emergência do Estado Novo tinha inicio um regime de exceção. A partir de então há a emergência de um discurso oficial tomado pela ideia de uma marcha pelo progresso da nação. Sete décadas, no entanto, separam o ano de 2013 do Estado Novo e os conceitos que estavam presentes no discurso oficial estadonovista, consolidados na memória dos seus jovens, foram internalizados em suas identidades, e agora, na velhice, são resignificados a cada momento em que esses conceitos são repensados diante da produção de novos discursos. Foi objetivo desse trabalho, portanto, perceber como os conceitos, que foram produzidos nos discursos oficiais estadonovistas, ainda estão presentes na identidade de idosos que o viveram durante a sua juventude, e como foram resignificados no momento da elaboração dos discursos acerca de suas memórias sobre a vida durante o Estado Novo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 3 idosos que viveram a sua juventude durante o Estado Novo. Esses discursos foram analisados a partir da proposta de Michel Pechêux, e dos conceitos propostos pela Psicologia Sociohistórica de Vygotsky. Três espaços intersubjetivos compuseram as imagens que os entrevistados construíram em seus discursos: as festividades, a escola e o Estado Novo, que tiveram diferentes ênfases nos três participantes, vistos alguns aspectos que variaram de acordo com o espaço que ocupavam na sociedade estadonovista: gênero, idade e tipo de escola, de forma que o Liceu Paraibano, a disciplina e o respeito e a anti-disciplina foram os conceitos mais marcantes para os três participantes respectivamente.