Introdução. O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e na atualidade tal fenômeno traz consigo desafios para a sociedade, os quais devem ser solucionados para que esta população seja acolhida adequadamente. Desta forma, em decorrência de déficits cognitivos e aparecimento de enfermidades, alguns idosos tornam-se dependentes de cuidados para a sobrevivência, situações nas quais a presença de um cuidador se torna essencial, pois se percebe que a medida que a população idosa cresce, elevam-se também os níveis de morbidade e necessidade de assistência para os atos elementares da vida. Objetivo. Conhecer a percepção do cuidador domiciliar leigo acerca da assistência ao paciente idoso dependente. Metodologia. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de abordagem qualitativa, realizada em uma Estratégia Saúde da Família do município de Juazeiro do Norte – CE. Os participantes do estudo foram 22 cuidadores informais de idosos dependentes, em âmbito domiciliar, que voluntariamente, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas individuais, encerradas após saturação dos dados. Os discursos foram organizados com base na análise de conteúdo e analisados conforme a literatura pertinente. Resultados. A maioria dos cuidadores (21) são do sexo feminino, com predominância da faixa etária acima de 50 anos de idade (11), com ensino fundamental incompleto (13), domésticas e com renda inferior a um salário mínimo (14). O grau de parentesco com os idosos dependentes apontaram a prole como cuidadores, com tempo médio de cuidado variando de 8 a 22 anos (13). Os discursos revelaram que as atividades assistenciais a um idoso dependente exigem um preparo técnico e físico da pessoa que cuida. Os participantes afirmam que para ser um bom cuidador faz-se necessário o saber cuidar, pois aquele que não dispõe do conhecimento mínimo necessário para a pratica do cuidado, pode não favorecer a assistência adequada, trazendo complicações para o idoso e até mesmo insegurança e sofrimento pra si, ao precisar fazer tudo, sem que possua o mínimo de conhecimento que a tarefa lhe exige. O cuidador informal apontou não se encontrar adequadamente preparado, ou até mesmo lhe faltam subsídios, insumos financeiros, e capacitação para realização da assistência, o que pode desencadear processos deletérios no cuidado. Resultados. Existe a necessidade de melhorias no Sistema Único de Saúde frente ao suporte a ser oferecido ao paciente idoso e a seus cuidadores, de forma a facilitar-lhes o processo de cuidar, a partir do acompanhamento destes pacientes e seus familiares, garantindo-lhes a assistência e o oferecimento dos insumos necessários. Ainda, cabe ao Estado garantir recursos financeiros, humanos e tecnológicos conforme a necessidade dos usuários cuidadores e idosos, visando uma prestação de serviço com qualidade e em quantidade suficiente.